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Sergio Aragonés ganha coletânea de luxo
Por Luís Felipe Soares
17/02/2014 | 07:00
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 As maluquices que formam a linha editorial da tradicional revista MAD não seriam as mesmas sem o talento de Sergio Aragonés em suas páginas. O desenhista espanhol, considerado por parte dos colegas de profissão como o cartunista mais rápido do mundo, trabalha na publicação desde 1962 e o casamento já rendeu inúmeros momentos de humor ácido e de sacadas inteligentes.

 Parte do trabalho do profissional recheia o livro Os Grandes Artistas da MAD – Sergio Aragonés: Cinco Décadas Com Seus Melhores Trabalhos (Panini, 272 páginas, R$ 64 em média), coletânea de luxo – com direito a capa dura – que passeia por tirinhas, charges e cartuns que lidam com temas variados, muitos deles completamente surreais. Não ficam de fora da mira do autor as conversas com o psiquiatra, os altos e baixos dos praticantes de caratê, as complicações da vida do Batman, as festas de Halloween e até uma jornada nonsense do King Kong.

 Os traços rápidos e finos em preto e branco (com apenas poucos exemplares coloridos) são apresentados com acervo montado pelo próprio autor. Sua carreira na revista é dividida de maneira cronológica entre os anos 1960 e 2000. Grande parte das obras faz parte da série MAD Vê, na qual o estilo da publicação é levada ao universo das ilustrações pelo espanhol radicado no México. Detalhe para o fato de as tirinhas não apresentarem balões de fala dos personagens nas cenas, abusando do humor de situação. Aragonés também empresta suas ideias para assuntos mais sérios, casos do racismo e da imigração ilegal.

 O homem por trás do cartunista famoso aparece em conversa que concedeu a Nick Meglin, ex-editor da MAD que não acreditava no trabalho do entrevistado. Segundo Patrick McDonnell, ilustrador que assina o prefácio do livro, “o talento de Sergio nos deu muitos grandes cartuns e personagens, mas sua maior criação é o próprio Sergio. Não só a autocaricatura que ele desenha com frequência, mas o homem em si”. Aragonés é um mestre contemporâneo da comédia ilustrada que deve ser reverenciado.




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