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Cemitério de Diadema faz exumação sem avisar família

Direção admite falha no sistema de arquivo; mãe de morto promete processar Prefeitura

Cadu Proieti
Do Diário do Grande ABC
05/09/2013 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


A perda de um filho é algo terrível para qualquer mãe. Não bastasse tamanha dor, a dona de casa Maria Francisca da Silva teve de passar por situação constrangedora no Cemitério Municipal de Diadema, no Jardim Elisa, onde Tarcísio da Silva Souza, está sepultado. Ela marcou a exumação do corpo do jovem – morto aos 18 anos, em 2009, vítima de latrocínio (roubo seguido de morte) – na terça-feira, mas ao chegar ao local ficou sabendo que os restos mortais já haviam sido retirados da urna no dia 12, sem comunicação prévia.

Os ossos de Tarcísio foram encontrados pela mãe em um saco preto, junto da placa de identificação da cova, em área destinada aos mortos cujos familiares não compareceram para a realização do procedimento de troca de urna.

“Esperava ver o caixão saindo da gaveta e os ossos do meu filho sendo retirados um por um. Me preparei muito para esse dia, com bastante oração. Só que ao chegar lá, já vieram me chamar para conversar, dizendo que não teria de pagar nada pela exumação. O problema não é o dinheiro, mas a falta de respeito. Eles não poderiam ter feito isso. Não tenho nem dormido à noite por conta do nervosismo que tenho passado nestes últimos dias”, comentou Maria.

A Prefeitura foi procurada, mas não se pronunciou sobre o caso. Porém, abordada pela equipe do Diário, a administração do cemitério admitiu erro, alegando que o nome de Tarcísio foi trocado por Francisco na hora do arquivamento de dados sobre o morto. Os profissionais que atuam no local culparam a falta de informatização do sistema de dados pelo equívoco.

Maria disse que irá fazer boletim de ocorrência sobre o ocorrido e entrar com processo judicial contra a administração municipal. O Executivo pode responder por desrespeito ao sentimento religioso e desrespeito aos mortos.

INVESTIGAÇÃO

No mês passado, o Diário noticiou que a Polícia Civil está investigando casos de furtos de crânios e ossos depositados no Cemitério Municipal da cidade. Já foram registradas pelo menos três ocorrências desse tipo.  




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