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Mauá é a terceira cidade do Estado com maior evolução de óbito por Covid

Foram 78 falecimentos em sete dias, média de 11 a cada 24 horas; município da região fica atrás apenas de Cajamar e Lençóis Paulista

Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
17/06/2021 | 22:34
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Denis Maciel/Dgabc


Mauá é a terceira cidade do Estado com o maior crescimento de óbitos por Covid em sete dias, com 6,96% de acréscimo dos registros. O município aparece atrás somente de Cajamar (9%) e Lençóis Paulista (7,3%) em levantamento da SP Covid Info Tracker, plataforma gerida por pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista), da USP (Universidade de São Paulo) e do Cemeai (Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria) que levam em consideração dados da pandemia disponibilizados pelo governo do Estado por meio da Fundação Seade.

Entre os dias 10 e 16 de junho, o número de mortes por Covid confirmadas por Mauá saltou de 1.120 para 1.198, ou seja, foram 78 falecimentos, média de 11 a cada 24 horas.

A plataforma mostra ainda que Mauá é a segunda cidade do Estado com maior crescimento de casos no mesmo período, sendo que passou de 19.457 registros, para 21.082, ou seja, acréscimo de 8,35% – a liderança do ranking é de Itapeva, com 8,4%.

Os levantamentos confirmam o cenário mostrado nos boletins epidemiológicos enviados diariamente pela Prefeitura. Ontem, por exemplo, foram 215 casos confirmados e 15 óbitos. Apenas no mês de junho já foram 199 perdas, o que corresponde a 32% das 620 mortes registradas pelas sete cidades no mês.
Chama atenção também a mortalidade de munícipes mauaenses em 2021. Desde o dia 1º de janeiro já foram 800 óbitos, contra 413 de março a dezembro de 2020, alta de 93,7% mesmo quando comparados dez meses do ano passado com seis deste ano.

De acordo com a Prefeitura, o aumento se deve, sobretudo, à mudança feita há duas semanas na contabilização dos casos e mortes. Antes a administração informava somente as confirmações do dia. Agora, casos que estavam em estudo também estão sendo anexados ao valor final diariamente, assim como mortes de munícipes que estavam internados em outras cidades.

Em nota, a Prefeitura afirmou que essa mudança foi a maneira da atual gestão, sob a responsabilidade do prefeito Marcelo Oliveira (PT), “ encerrar casos e óbitos antigos a fim de manter dados reais e transparentes”. Além disso, a administração afirma que está investindo em barreiras sanitárias e demais medidas para conter a evolução da pandemia.

Infectologista e diretor do Hospital Santa Ana, em São Caetano, Paulo Rezende destaca que o município, desde o início da pandemia, tem alto número de mortalidade e letalidade. “A forma de apresentar os números não tem grande impacto epidemiológico nem grande preocupação, porque os casos estão lá”, frisou.

Para o infectologista e fundador do IBSP (Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente), José Ribamar Branco, os casos de Covid estão aumentando no País. “Costumo dizer que nunca saímos da primeira onda. Nunca teve momento em que tivemos diminuição de casos. Em São Paulo temos, há dois meses, em torno de 300 mortes por dia. É muita coisa”, disse.

Para Branco, o aumento nos casos mostra que a vacina pode ter impacto tardio, já que há muitas pessoas circulando. “Hoje tem muito mais gente contaminada do que se tinha na mesma época do ano passado, e cada pessoa agora contamina em torno de outras sete pessoas. Essa cepa nova dissemina muito mais rápido”, confirmou, explicando que cidades que não seguiram os protocolos sanitários de maneira rigorosa agora enfrentam aumento de casos e mortes, sobretudo municípios que têm muita circulação secundária, com muitos visitantes. 




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