Era o dia 1º de janeiro do ano da graça de 1968 quando pela primeira vez na história da Fórmula 1 apareceu um carro no grid ostentando uma marca de cigarro. O palco, Kyalami, na África do Sul. O carro, um Brabham privado, pilotado por John Love, nascido na antiga Rodésia, hoje Zimbábue. O cigarro, Gunston, nas cores laranja e marrom.

Após 37 anos, o tabaco começa a se despedir da categoria que ajudou a financiar de tal forma que o último piloto não patrocinado pela indústria tabagista a conquistar um mundial foi Nelson Piquet, em 1983, pela Brabham.

A McLaren, que de 1974 a 1996 correu com as cores da Marlboro e desde 1997 leva a marca West em suas carenagens, é a primeira equipe a abdicar do fumacê, respeitando determinação da Comunidade Européia que proíbe propaganda tabagista a partir deste domingo.

Love morreu em abril, aos 80 anos. Pouca gente notou seu patrocínio em Kyalami, até porque a segunda etapa daquele Mundial só aconteceria quatro meses depois na Espanha, e foi lá que apareceram as Lotus Gold Leaf, vermelhas, brancas e douradas, que acabaram entrando para a história, equivocadamente, como os primeiros carros patrocinados por uma marca de cigarro.

Neste domingo, restarão quatro times patrocinados por cigarro: Ferrari, Renault, BAR e Jordan. Todas terão problemas com seus logotipos na maioria dos países europeus. Na Hungria, onde acontece neste domingo a 13ª etapa do Mundial, nada é proibido. Mesmo assim, a McLaren se antecipou. E começou a dar cabo a uma era.

Treinos - Nos treinos livres desta sexta-feira, Zonta, piloto de testes da Toyota, foi o mais rápido com 1min20s409. Barrichello ficou em sétimo. Schumacher, na segunda sessão, teve um problema elétrico e não andou. O grid sai neste sábado às 8h.