Política Titulo Eleições 2018
PSDB precisará ter muita caneta para expulsar tanta gente, diz França

Na região, governador ironiza ação do tucanato de excluir Maranhão da sigla por ignorar Doria

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
26/04/2018 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Governador de São Paulo e pré-candidato à reeleição, Márcio França (PSB) reagiu com ironia a deliberação do PSDB de expulsar sumariamente do partido o prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão, por ter decidido apoiar seu projeto em vez de subir no palanque de João Doria (PSDB), ex-prefeito da Capital.

“(O PSDB) Vai precisar ter muita ficha e caneta para expulsar bastante gente lá (do partido), porque tem muito tucano...”, alfinetou França, que voltou ao Grande ABC ontem à noite, depois de cinco dias, quando esteve em Mauá. Desta vez recebeu título de cidadão de Diadema, na Câmara, proposto pelos vereadores socialistas Célio Boi e Marcos Michels, que preside o Legislativo.

Em tom descontraído e sem falar em nomes, França citou ainda o caso do prefeito de São Caetano, o tucano José Auricchio Júnior, que tem evitado declarar apoio explícito a Doria, em aceno velado ao projeto do PSB. “Vir frequentemente ao Grande ABC significa que eu tenho muitos amigos aqui e venho tanto prestigiá-los quanto ser prestigiado. Muitos prefeitos (da região) me apoiam, outros não podem falar que me apoiam, mas me apoiam”, disse o governador.

Questionado se estava se referindo a Auricchio, França despistou. “Ah, tem muitos, muitos, muitos.”

O socialista criticou ainda a postura adotada pelo presidente do PSDB paulista, o deputado estadual Pedro Tobias, de excluir Maranhão dos quadros sem antes dar chance de o prefeito se defender no caso. “No meu partido isso não acontece. É muito ruim isso. É injusto você fazer punição sem ouvir as pessoas antes. Não é correto. Você primeiro ouve, abre prazo de defesa, a pessoa se defende e você, se quiser, pune”, opinou França, ao ponderar, porém, que a decisão do tucanato foi precipitada porque, até as convenções partidárias, em julho, nenhuma candidatura está “consolidada”. “Só depois que o candidato for oficializado é que todo mundo precisa respeitar a escolha.”

Eleito vice-governador na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB), em 2014, e herdeiro da chefia do Palácio dos Bandeirantes com a saída do tucano – que será candidato ao Planalto –, França tem intensificado agendas no Grande ABC. Foi a segunda vez que veio à região na condição de governador. Nas sete cidades, o socialista tem palanque certo em pelo menos quatro: em Diadema, com apoio do prefeito Lauro Michels (PV); Mauá e Ribeirão Pires, com a adesão natural dos prefeitos do PSB, Atila Jacomussi e Adler Kiko Teixeira, respectivamente; e em Rio Grande da Serra, com o suporte político do ex-tucano Maranhão. Em solo são-caetanense também há espaço para França mesmo se Auricchio não pedir votos abertamente ao socialista. Filho do prefeito, Thiago Auricchio sairá candidato a deputado estadual pelo PR, sigla que está fechada no arco de alianças do PSB.

Socialista assegura que PSB não pedirá mandato de Cicote

Principal liderança do PSB no Estado, o governador Márcio França assegurou que a comissão provisória do partido em Santo André não vai tentar na Justiça tomar o mandato do presidente da Câmara, Almir Cicote, por infidelidade partidária. O parlamentar trocou no início do mês o PSB pelo Avante, por onde será candidato a deputado estadual.

França confirmou ter acordado com Cicote sua saída, informação que o presidente paulista do Avante, Josué Tavares, já havia antecipado ao Diário, sob ameaça de deixar a coligação de apoio. “É verdade (que acertou de não pedir a cadeira do Cicote). Pedi para que (os socialistas de Santo André) desfizessem (o movimento para exigir a vaga). A gente combinou e o combinado é para ser feito. O partido não vai pedir. Eu combinei com ele (Cicote) e está combinado”, sentenciou.

A provisória do PSB andreense, presidida por Donay Neto, reclamou, nos bastidores, de não ter sido comunicada deste acerto e chegou a sinalizar interesse de exigir na Justiça Eleitoral a cadeira de Cicote. 




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