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Região reduz em 4,61% consumo médio de água

Apenas Diadema registrou alta no uso do recurso natural entre 2014, ápice da crise hídrica, e 2016

Por Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
30/12/2017 | 07:00
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Divulgação/Agência Brasil


A crise hídrica no Estado de São Paulo, cujo ápice se deu entre 2014 e 2015, parece ter deixado marcas profundas sobre o quão complicado é ficar sem água no dia a dia. Tanto que a população do Grande ABC passou a se atentar mais para a importância da economia do recurso. Embora tímida, houve redução de 4,61% no consumo médio de água por dia nas sete cidades nos últimos anos – passou de 405,7 mil m³ para 387 mil m³ entre 2014 e 2016.

Entre as cidades gerenciadas pela Sabesp (Companhia Estadual de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), apenas Diadema registrou aumento do consumo médio diário de água, de 22,28%: passou de 43,5 mil m³ em 2014 para 53,2 mil m³ em 2016. Já em São Bernardo houve queda de 6,99% (de 131,2 mil m³ para 122 mil m³). Ribeirão Pires registrou baixa de 11,28% (de 14,6 mil m³ para 12,9 mil m³) e Rio Grande da Serra observou redução de 8,35% (de 4.814 m³ para 4.412 m³).

Em Santo André, segundo o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), o consumo médio diário total de água da população foi reduzido em 6,62% – de 116,3 mil m³ em 2014 para 108,6 mil m³ em 2016.

Na vizinha São Caetano, de acordo com o Saesa (Sistema de Água, Esgoto e Saneamento Ambiental), foram 44,5 mil m³ consumidos pelos munícipes no ano de início da crise hídrica e 40,1 mil m³ quando a situação normalizou, em 2016, baixa de 9,79%.

Em Mauá, o consumo caiu de 50,8 mil m³ por dia para 45,6 mil m³ (menos 10,15%).

Dados do primeiro semestre deste ano alertam, entretanto, para aumento do consumo médio de água em seis das sete cidades. Neste caso, apenas moradores de Mauá parecem continuar preocupados em poupar o recurso.

Diadema superou o consumo médio diário de 2016, atingindo 55,4 mil m³. Nas outras três cidades atendidas pela Sabesp, São Bernardo consumiu 128,5 mil m³; Ribeirão, 13,4 mil m³; e Rio Grande, 4.641 m³. O Semasa registrou consumo médio diário de 112,9 mil m³ em Santo André. Já em Mauá o número foi de 39,3 mil m³. Em São Caetano o consumo médio por dia ficou em 42,2 mil m³.

 

RECOMENDAÇÃO

O consumo ideal de água preconizado pela ONU (Organização das Nações Unidas) é de, em média, 110 litros por dia por habitante, marca atingida no primeiro semestre de 2017 apenas por Rio Grande da Serra.

Nas outras cidades está sendo usado volume acima do recomendado. Em São Bernardo, o consumo médio diário por habitante foi de 134 litros; em Diadema, 114 litros; em Ribeirão Pires, 117 litros; e, em Santo André, 158 litros. As demais companhias não informaram os dados.

 

Economia é cada vez mais necessária

Especialistas alertam sobre a necessidade de economizar água, mesmo após o fim da crise hídrica. “Na Região Metropolitana, os rios não são caudalosos (com fluxo intenso) nem têm grande volume de água. Além disso, os índices de perda, com vazamento e roubo, ainda continuam altos”, fala o professor do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da Universidade Metodista de São Paulo Carlos Henrique Andrade de Oliveira.

O professor de Engenharia Hídrica do Mackenzie Antônio Eduardo Giansante lembra que as mudanças climáticas são outro fator preocupante. “Na região da Bacia do Rio Piracicaba, inundações ocorreram em 2010 e 2011, e houve seca jamais registrada nos anos de 2014 e 2015. Não podemos esmorecer nesta luta de economia de água.”

A auxiliar administrativo Emília Batista da Cruz, 37 anos, de São Bernardo, conta que faz sua parte. “Capto água da chuva para limpar o quintal. Consigo armazenar até 800 litros. Se pudesse, teria uma casa totalmente econômica”, declara.  




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