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Chantilly: um castelo repleto de histórias
Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC
10/02/2005 | 20:17
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Famoso por sua história e por ter inspirado o nome de um dos mais populares cremes da culinária internacional, o castelo de Chantilly, na França, servirá de cenário, no próximo dia 14, para a aguardada festa de casamento do jogador Ronaldinho com a modelo Daniella Cicarelli. Apesar das confusões judiciais, o casal Fenômeno confirmou o evento e declarou que quem esperar um casamento de rei ou rainha vai se decepcionar. Até pode ser, mas que o castelo esbanja nobreza em cada canto, não há como negar.

Construído no século XVI pelo nobre Anne de Montmorency (1493-1567) – um amante da arte renascentista –, o château, localizado ao norte de Paris (cerca de 30 minutos de carro pelas estradas A1 e N17), já hospedou monarcas e membros da alta corte francesa durante séculos. Em 1659, o conde Louis II de Bourbon (1621-1686), primo dos reis da França, decidiu iniciar a construção de jardins e parques no palácio e entregou o projeto a ninguém menos que o paisagista André Le Nôtre, que mais tarde seria o responsável pelos famosos jardins do Palácio de Versalhes.

Durante a Revolução Francesa, as obras de arte do castelo foram transferidas para o Louvre, em Paris, e a construção passou a servir de prisão. Sua restauração só aconteceria a partir de 1815, quando o príncipe Louis Joseph retornou à França e conseguiu recuperar parte de suas coleções deixadas no Louvre.

Hoje, o Chantilly revela preciosas mobílias, livros, tapeçarias, uma magnífica coleção com mais de mil pinturas e objetos de arte dignos dos grandes palácios. Seu museu é considerado um dos melhores da França em quadros – só perde para o de Louvre – e sua biblioteca conta com 1,5 mil manuscritos antigos e mais de 30 mil livros, alguns deles raríssimos e de inestimável valor literário.

Quem tiver a oportunidade de conhecer o castelo numa viagem à França não deve deixar de conferir as suas constantes exposições de arte (confira a programação no site www.chateaudechantilly.com) e, no restaurante, fazer um lanche acompanhado do autêntico creme de chantilly, criado pelo chef suíço Vatel, durante sua estada na França, e servido no castelo de Chantilly, em 1714. O filme Vatel, Um Banquete para o Rei (2000), estrelado por Gerard Depardieu, relata o episódio verídico da visita do rei Luís XIV e sua corte ao castelo de Chantilly, e ainda dá uma amostra interessante das intrigas palacianas da época.

Nada, no entanto, que chegue aos pés da avalanche de fofocas gerada pelo informal matrimônio de Ronaldinho e Cicarelli. Para quem não queria um casamento de rei, o jogador escolheu mal o lugar, e deverá pagar caro por ele – se é que alguma cifra pode fazer diferença à conta milionária do atleta. Embora detalhes sobre a festa sejam mantidos em sigilo pelo castelo, os salões internos do museu saem por 20 mil euros e o espaço permitido à dança, a Maison de Sylvie, não sai por menos de 2.135 euros por pessoa. Já os jardins do château têm preços variados: o mais caro, chamado Paterre Nord, está cotado a 16.770 euros para receber mil pessoas. Para garantir a integridade das obras, o contrato de locação também inclui um seguro obrigatório que cobre de 1,5 milhão a 7,6 milhões de euros caso verifiquem-se danos a alguma obra de arte ou à própria edificação.




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