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Marinho admite novo atraso e entregará uniformes em julho

Governo culpa uma das empresas pela demora da chegada das peças aos alunos de São Bernardo; a previsão inicial era oferecer kits em março

Por Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
21/06/2016 | 07:00
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O governo do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), admitiu novo atraso na entrega dos uniformes escolares para os 85 mil alunos da rede municipal. A previsão agora é concluir a distribuição em 4 de julho, poucos dias antes das férias do meio do ano. A administração petista chegou anunciar que a entrega ocorreria em março.

De acordo com o secretário da Educação, Paulo Dias (PT), o atraso refere-se somente aos kits masculinos. Segundo ele, apenas em 40 escolas, das 200 no município, as vestimentas não chegaram. O titular da Pasta atribuiu o problema a Dimatex Indústria e Comércio Confecções Ltda, uma das empresas vencedoras do processo licitatório.

“O novo modelo de licitação tirou o que era feito antes por uma (só vencedora). Agora são várias fábricas. E, em alguns casos, como foi este da Dimatex, a demanda ultrapassou a estrutura. Evidentemente que isso não isenta a sua responsabilidade, tanto que já acionei o (setor) jurídico da Prefeitura para pedir punição. De acordo com as regras do edital, será uma multa”, discorreu.

Na cidade, a demora na entrega dos uniformes é uma das reclamações mais frequentes feitas à gestão petista. A bancada de oposição na Câmara, por meio do vereador Julinho Fuzari (PPS), protocolou requerimento de informações na sessão passada, cobrando esclarecimentos quanto aos prazos.

“Tenho conversado com muitos pais de alunos, que constantemente reclamam pela falta das roupas. Entendo tudo isso. E jamais deixei de cobrar agilidade para a chegada. Contudo, outros fatores também contribuíram para que não conseguíssemos entregar antes”, pontuou Paulo Dias, referindo-se à intervenção do TCE (Tribunal de Contas do Estado), em janeiro, quando a instituição apontou irregularidades no edital. “O tribunal agiu de maneira correta e nós corrigimos”, adicionou.

O kit de uniforme escolar é composto por três camisetas de manga curta; duas camisas de manga comprida; uma blusa; uma calça; um par de tênis; e três pares de meia. Custou aos cofres públicos R$ 10,2 milhões. O valor chamou a atenção, por resultar em economia de 60% no comparativo das atas autorizadas pela antiga titular do setor Cleuza Repulho (PT, entre 2009 e 2015). Com Cleuza, os custos em 2009 foram fechados em R$ 25,9 milhões, com fornecimento exclusivo feito pela Capricórnio S/A, cujo contrato é alvo de investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) ABC por suspeita de superfaturamento. Desde o início do governo, a entrega de uniformes é polêmica.

O processo de licitação elaborado por Paulo Dias obedeceu à exigência do TCE para barateamento dos custos e abriu distribuição para mais de uma empresa. Ao todo prestam serviço ao município, além da Dimatex, cuja fatia é de R$ 4,7 milhões, a Nayr Confecções Ltda (R$ 4,4 milhões), Sangelo Fabricação e Comércio Meias (R$ 913,5 mil) e W.R. Comércio de Artigos Esportivos (R$ 171 mil).

“Os itens são praticamente os mesmos. Não vou entrar no mérito do antigo contrato. O que posso dizer é que venho recebendo elogios pela qualidade destes novos produtos, o que me deixa satisfeito. Agora, o foco é terminar o que está faltando”, complementou Paulo Dias. 




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