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De repente, Murió e sua máquina do tempo
Por Ademir Medici
06/06/2016 | 07:00
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 “Santa Paula, bairro formado por algumas vilas – como a original Vila Paula – construídas em lotes coloniais. Lugar de imigrantes, de gente do bem. São muitos lituanos, poloneses, húngaros, alemães, iugoslavos e brasileiros.”

Do ‘Pote de Lembranças’ desta turma que foi às ruas para redescobrir Vila Paula e as demais vilas agregadas de uma São Caetano em contínua transformação.

Grupo de estudantes de Comunicação da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) encarregado de falar sobre o bairro Santa Paula elenca pontos de fatos importantes: a General Motors de 1930, a Chocolate Pan de 1931, o Externato Santo Antonio de 1933, a Pinacoteca diretamente ligada à Fundação Pró-Memória de 2002. E traz a fala de um artista internacional genuinamente caetanense, Rafael Murió, aqui nascido e que daqui saiu para brilhar.

O traço e a composição de Murió impressionam. A sua fala cativa. Ele discorre sobre as 24 telas expostas na Pinacoteca Municipal, memória pura. “Uma exposição para tentar lembrar o que eu fazia em São Caetano, o que comia, o que assistia na TV.”

Do Ki-Suco ao rolimã. Da calça Lee a Raul Seixas

A exposição de Murió de temporária deveria virar permanente, e circular em outros pontos não só da cidade como do Brasil, ela é universal. Senão, vejam alguns blocos – diretamente ligados a quem viveu entre as décadas de 50 e 80.

Guloseimas: Ki-Suco, Crush, Dulcora, Pan...

Brincadeiras: o pião, o estilingue, a pipa ou o papagaio, o carrinho de rolimã, a fubeca ou a bolinha de gude...

Televisão: Tupi, Repórter Esso, National Kid, Cobertores Paraíba – “Já é hora de dormir.”

Moda: Clipper, calça Lee, Jovem Guarda, Calhambeque bi-bi...

Resistência: “a vida é muito curta pra ter aquela velha opinião formada sobre tudo”. Quem é mesmo que disse essa verdade? Ora, ora...

“Tia Maria foi a primeira da família a ter televisão. Meus pais nos levavam para assistir a 15 minutos de desenho animado. E a tampa da TV era fechada”, relembra Rafael Murió.

UM OÁSIS

Sonia Maria Franco Xavier, presidente da Fundação Pró-Memória, também participa do vídeo. Comedida, fala com carinho da Fundação, mas sem exageros. Murió não se contém. Não economiza elogios a esta entidade que não é apenas de São Caetano.

Anotamos a fala de Murió no vídeo:

- A Pinacoteca é um espaço cultural na cidade extremamente importante. O espaço é grande. Abriga o melhor da arte. Existem pessoas especializadas, historiadores, sociólogos, que analisam e organizam essas exposições.

- Num País em que a cultura não é tão trabalhada, a Pinacoteca de São Caetano é fundamental. Em outros lugares, as pessoas não têm acesso à cultura. As pessoas não vêm a São Paulo para ver um projeto cultural. No caso da Pinacoteca, ela está aí, o acesso é fácil, ela recebe, mostra, abriga.

O link Santa Paula pode e deve ser acessado. Experimentem: https://www.youtube.com/watch?v=0dPJ-q8Kz4Y)




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