Ygor, de 19 anos, desbancou o experiente Daniel Paiola com folga para ficar com a vaga, enquanto que Fabiana Silva perdeu uma disputa acirrada no feminino. Ela e Lohaynny disputaram um torneio no Taiti na semana passada e quem fosse mais adiante na chave iria à Olimpíada. As duas perderam na estreia, favorecendo Lohaynny, que estava à frente no ranking.
Ygor ocupa a 29.ª posição no ranking olímpico e Lohaynny aparece na 34.ª colocação da lista divulgada no último dia 21 - uma nova atualização ocorrerá nesta quinta-feira. Assim, os brasileiros se garantem mesmo sem precisar dos convites destinados ao país-sede.
Em 5 de maio, a Federação Mundial de Badminton (BWF) irá divulgar a relação oficial com os atletas classificados. Ao todo, 76 esportistas vão disputar as chaves de simples, sendo 38 no masculino e 38 no feminino. Por duplas (mistas, masculinas e femininas), o Brasil não conseguiu classificação.
Luiz de França, ex-técnico da seleção brasileira, vê uma evolução da modalidade e faz uma avaliação positiva da classificação de Ygor e Lohaynny. "Eles não têm perspectiva de ganhar medalha nessa Olimpíada porque são atletas muito novos. Mas vejo com bons olhos a classificação e como um aceno do crescimento do badminton".
Ele também aponta que os nomes representam "uma mudança de cenário". Os dois brasileiros despontaram a partir do Miratus, ação social na comunidade da Chacrinha, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro. A iniciativa foi desenvolvida por Sebastião Oliveira, pai de Ygor. O projeto, que no início pretendia apenas afastar adolescentes da marginalidade, ganhou novas proporções e passou a revelar talentos, como Lohaynny e a irmã, Luana.
"Nossos principais atletas vinham do contexto em que surgiu o badminton, as colônias de imigrantes e clubes de classe média. A partir dos anos 2000, esse cenário começou a mudar porque o badminton passou a entrar nas periferias também. O badminton saiu de uma condição de esporte teoricamente elitizado a um esporte ao alcance de todos. Eles (Ygor e Lohaynny) são sinal de uma política de massificação, de uma mudança de patamar para um esporte mais democrático", afirma Luiz de França.
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