Política Titulo Ribeirão Pires
Saulo recua e mantém Gerson Constantino

Titular de Saúde de Ribeirão seria demitido ontem por fazer usar hospital sem comunicar governo

Vitória Rocha
Especial para o Diário
26/04/2016 | 07:00
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O prefeito de Ribeirão Pires, Saulo Benevides (PMDB), recuou da decisão de demitir o secretário de Saúde, Gerson Constantino (PMDB), que usou o Hospital e Maternidade São Lucas na quarta-feira para realizar cirurgia plástica eletiva (sem urgência) sem comunicar o governo ou a direção do hospital.

Nos bastidores da Prefeitura, circulou informação de que o chefe do Executivo iria exonerar Constantino por ter ficado incomodado pela forma como o secretário se submeteu ao procedimento para correção de ginecomastia (crescimento anormal das mamas).

“Não conversamos pessoalmente ainda, só por telefone. Ele (Constantino) está de repouso porque a pressão ainda não normalizou”, disse, em discurso diferente do utilizado na quarta-feira, ao saber do procedimento cirúrgico do titular da Pasta. “Não sei se eu choro ou dou risada.”

Realizada em um hospital público que serve apenas como maternidade, a cirurgia foi executada pela médica Erika Fernandes Sales Amoroso, que trabalha na UPA (Unidade de Pronto Atendimento 24 horas) Santa Luzia, que foi deslocada para o local porque não havia profissionais capacitados para o procedimento.

Conforme o Diário apurou, o prefeito já tinha conhecimento de que o secretário faria a cirurgia plástica, mas ficou irritado por Constantino não ter recorrido a uma rede particular, uma vez que possui convênio médico. Em nota divulgada nas redes sociais, o governo afirmou que o secretário estava trabalhando na quarta-feira pela manhã quando houve rompimento da abscesso na região da mama esquerda e precisou fazer a cirurgia às pressas.

VEREADORES
Um dos opositores presentes no momento da cirurgia, Eduardo Nogueira (SD) ficou surpreso com a recuada de Saulo. “Nós não fizemos nada porque achávamos que o prefeito iria exonerá-lo. Vamos ter de conversar entre os vereadores para ver o que iremos fazer. Não estávamos esperando por isso (que o prefeito voltasse atrás)”, disse.

Para a parlamentar Berê do Posto (PMN), a postura de Constantino foi antiética, mas demiti-lo não é a solução. “(A cirurgia) Foi uma irresponsabilidade, abuso de poder. A demissão não importa. Tinha de punir, suspender por uns dias, tirar o pagamento. Se demitir, vai entrar alguém pior no lugar”, afirmou. 




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