O prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), afunilou em três nomes a disputa pela vice em sua chapa que buscará a reeleição, em outubro: a ex-vereadora Maridite Cristóvão de Oliveira (PSDB), e os parlamentares Márcio da Farmácia (PV) e Vaguinho do Conselho (PRB).

A definição da chapa deve ocorrer somente em julho, véspera do prazo de inscrições de candidatura.

Na cúpula do governo, o sonho é ter Vaguinho como vice. O vereador se coloca como pré-candidato a prefeito, com críticas à atual gestão. Se filiou no PRB e teve bênçãos dos dirigentes da legenda para tocar para frente projeto solo na cidade.

Há duas semanas, porém, se reuniu com Lauro, a portas fechadas, no gabinete do verde. Vaguinho assegurou que a conversa foi institucional, de debate sobre projetos para a cidade. Mas o Diário apurou que a composição eleitoral no primeiro turno foi tratada no encontro, porém, ninguém bateu o martelo.

Na ótica da campanha do PV, aliar-se com Vaguinho no primeiro turno deixaria a eleição plebiscitária (aprova ou não a gestão) e com maior chance de êxito. Uma vez que o PT não irá apostar nos tradicionais caciques da legenda no município, como os ex-prefeitos José de Filippi Júnior e Mário Reali – o nome escolhido no petismo é o vereador Manoel Eduardo Marinho, o Maninho.

Caso Vaguinho resista em efetivar aliança no primeiro turno, Lauro coloca Márcio da Farmácia na sequência em sua preferência. Vereador de segundo mandato, Márcio apoiou a candidatura de Lauro em 2012 quando o então vereador bateu de frente com o ex-prefeito José Augusto da Silva Ramos (PSDB) e saiu do PSDB para ser prefeiturável pelo PV.

Márcio teve postos de destaque na gestão verde. Foi secretário de Obras e chefe de Gabinete por determinado período. Também foi o candidato a deputado federal com suporte quase integral da máquina pública. Ele recebeu 40.979 votos no total, 33.571 em Diadema, porém, não conquistou uma cadeira na Câmara Federal.

A indicação de Márcio para vice também mudaria o jogo eleitoral para 2018 caso Lauro conquiste a reeleição. Hoje, o atual vereador é o primeiro da lista para ser novamente candidato a deputado federal – há possibilidade também de concorrer a uma cadeira de parlamentar estadual, mas precisaria brigar com a ex-deputada e hoje chefe de Gabinete, Regina Gonçalves. O rearranjo pode favorecer o ex-secretário de Educação Marcos Michels (PSB), primo de Lauro e vereador.

A terceira opção de Lauro é Maridite, mulher de Zé Augusto. Candidata a prefeita em 2012 e vereadora entre 1997 e 2004, ela é diretora de hospital em São Mateus, na Zona Leste, e avisou que não pretende mais entrar na política. Seu objetivo é se aposentar e ficar mais tempo com seus netos.

Entretanto, não é carta fora do baralho justamente por pegar espólio eleitoral de Zé Augusto. Em 2012, sem recursos, ela obteve 21.388 votos, ficou na terceira colocação e decidiu apoiar Lauro no segundo turno.