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Cetesb sabia de contaminação de terreno em Mauá desde fevereiro
Do Diário OnLine
18/08/2001 | 14:16
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A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) recebeu em fevereiro laudo encomendado pela construtora SQG que já mostrava a presença de substâncias tóxicas e cancerígenas no solo do conjunto residencial Barão de Mauá. Os 5 mil moradores, porém, só souberam da contaminação e do risco a que estão sujeitos na última quinta-feira, quando a Secretaria de Estado de Meio Ambiente divulgou que o local funcionava como um aterro clandestino de resíduos industriais da fabricante de amortecedores Cofap.

Trecho do relatório entregue à Cetesb em 15 de fevereiro afirma que “os resultados (...) indicaram a presença de 44 compostos orgânicos. Entre eles destacam-se o benzeno (cancerígeno), decano 1,2,4 — trimetil benzeno e compostos organoclorados”. Segundo informações da Rede Globo, o laudo foi encomendado pela SQG, atual responsável pelo condomínio que possui 59 prédios em uma área de 160 mil m2.

A Cetesb confirmou que recebeu o laudo, mas alegou que ele estava incompleto e que a análise mais detalhada começou no mês passado. De acordo com o técnico da Coordenadoria de Gestão de Áreas Contaminadas da Cetesb, Eduardo Serpa, o laudo completo só foi apresentado pela SQG em julho.

Exames - Na próxima segunda-feira, devem ser divulgados os primeiros resultados da análise da água do condomínio Residencial Barão de Mauá com o objetivo de verificar se houve contaminação pelas substâncias tóxicas detectadas no terreno. Os moradores serão cadastrados para fazer exames de sangue na também próxima semana.

A Secretaria da Saúde de Mauá coletou amostras de água nas torneiras e caixas d’água dos prédios e, segundo a Secretaria da Saúde de Mauá, há o risco de contaminação se as caixas não estiverem devidamente impermeabilizadas.

Segundo o secretário de Saúde e vice-prefeito da cidade, Márcio Chaves Pires, por enquanto, não há recomendação para que os moradores evitem contato com a água. Caso alguma contaminação seja detectada, o abastecimento será interrompido nos prédios atingidos.

Pires considera pouco provável a contaminação da água, mas não a descarta. Segundo ele, não é comum as caixas d’água não serem impermeabilizadas. “Mas também não é comum um prédio ser construído em cima de um depósito de resíduos”, ressaltou.

Terão prioridade nos exames médicos os moradores do térreo, que estão mais próximos da terra contaminada, e os trabalhadores que construíram os prédios.




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