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Grande ABC tem duas mortes por leptospirose
Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
03/04/2016 | 07:00
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André Henriques 25/2/16


Com o fim do período das enchentes, também termina a época com mais registros de casos de leptospirose. Durante os três primeiros meses deste ano, o Grande ABC já teve duas mortes causadas pela doença, sendo uma delas em Mauá no mês de janeiro e outra em Santo André, em fevereiro.

Conforme os dados das secretarias de Saúde dos municípios, até o momento já foram contabilizados sete casos da doença. Em Diadema, apesar de nenhuma confirmação, há seis casos suspeitos que aguardam resultado de exame. No mesmo período do ano passado, os números chegaram a nove no primeiro trimestre. São Bernardo foi a única cidade que não forneceu informações à equipe do Diário.

Embora os casos estejam diminuindo, especialistas afirmam que a doença não é considerada rara. “Apesar de não acontecer com grande frequência, não pode ser classificada assim. Se não houver enchentes e com saneamento básico para toda a população, ela deixa de existir. Em países da Europa, nos Estados Unidos e Canadá praticamente não tem. No fundo é uma doença da miséria causada por falta de infraestrutura e urbanização”, explicou o professor de Infectologia da Faculdade de Medicina do ABC Hélio Vasconcellos Lopes.

A bactéria Leptospira é transmitida pela urina do rato ao ser humano. A contaminação pode acontecer mais facilmente através das mucosas e ferimentos. “Se você tiver em local sujeito a inundações e infestação de ratos, corre risco de se infectar. O ferimento é a porta de entrada da bactéria, mas nas enchentes, dependendo do tempo de exposição, a pele fica mais mole, o que facilita”, disse o clínico-geral e infectologista da Escola Paulista de Medicina da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) Paulo Olzon.

Os sintomas da doença podem variar de acordo com cada pessoa, </CW>mas geralmente consistem em dores musculares, principalmente nas panturrilhas, febre alta e problemas nos rins, o que causa a coloração amarelada na pele. Além disso, a Leptospirose também pode atacar o pulmão, o fígado, o coração e outros órgãos.

O tratamento depende do grau da infecção, mas consiste no combate às complicações e não à doença em si. Há casos em que é necessário internação supervisionada e hemodiálise, método de filtração de sangue utilizado quando há comprometimento nos rins. Não há vacina para a leptospirose.

“Quando a pessoa é internada é porque a gravidade é um pouco maior. A penicilina é usada como antibiótico em alguns casos, mas o papel não é decisivo, só ajuda”, afirmou Lopes.

Prefeituras têm ações preventivas em relação a roedores

As prefeituras da região atuam na prevenção da leptospirose por meio de melhoras na infraestrutura das cidades. Além disso, os casos da doença são tratados na rede pública e têm tratamento fornecido pelos hospitais.

Em Santo André, sempre que há notificação de suspeita, equipes visitam o endereço de residência e vistoriam as condições do ambiente, na tentativa da identificar a infestação por roedores. A partir desse momento são dadas orientações à população.

Em Mauá, o Departamento de Controle de Zoonoses faz o tratamento de áreas com roedores, administrando produtos para acabar com a infestação, além de orientar a população sobre os riscos ao depositar lixo em locais inadequados, deixar alimentos expostos, entre outros.

A Prefeitura de São Caetano realiza desratização em bueiros em todas as ruas e avenidas duas vezes por ano, além de orientar munícipes com inspeção sanitária quando solicitada e dar palestras em escolas. Também há capacitação dos profissionais de Saúde.

Diadema também tem ações para terrenos públicos murados, roçados e limpos e realiza coleta de lixo permanente, desratização programada de bueiros e locais de risco e orienta moradores quanto aos riscos da doença. Em Rio Grande da Serra a Prefeitura acompanha os casos suspeitos e confirmados e realiza desratização em ambos os casos. 




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