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Guilherme Karan ri até da dura realidade
Por Danielle Araújo
Da TV Press
22/07/2005 | 08:26
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Desde que começou a soltar a voz na pele de Geraldito de América (Globo) Guilherme Karan não tem mais sossego nas ruas. Vire e mexe, um fã o pára na rua, surpreso com o fato do ator cantar. Ninguém imagina que ele iniciou a carreira artística justamente como cantor de boate. Só não deu continuidade porque considera sua voz apenas "razoável". "Sou afinado, mas jamais compraria um CD de Guilherme Karan", afirma aos risos. Em meio às brincadeiras, Karan confessa que gostou da possibilidade de poder mostrar o seu dom para música na novela. Antigamente, o ator só dava canja no teatro. Por isso, ele procura aproveitar bem esta chance. Uma vez por semana estuda canto com o professor Vlademir Cabanas. Nas aulas, aprende a entonar e afinar cada vez mais a voz. Além disso, evita beber água gelada e o consumo excessivo de cigarro. "Tenho todos esses cuidados, mas é muito fácil dar vida ao Geraldito. Até porque já vivi um pouco da realidade dele", explica.

Karan, realmente, já teve seus dias de crooner. Há três anos, ele e Glória Perez viajaram para Cuba. Em um de seus passeios, o ator cantou num cabaré. Para sua surpresa, foi aprovado pela platéia e colocou todo mundo para dançar. Inclusive, Glória. E a autora gostou tanto da desenvoltura de Karan que criou o Geraldito de América inspirada naquela noite. "Não tem nada melhor do que saber que ela escreveu o personagem especialmente para mim". Aliás, Karan não poupa elogios a autora. Também pudera. Há dez anos, ele só consegue papel nas novelas de Glória. O ator acredita que aparecia mais na TV no início dos anos 90 porque também era apadrinhado por Paulo Ubiratan, Cássio Gabus Mendes e Wilson Aguiar Filho. Só que os três morreram. "Se a Glória parar de me escalar, minha carreira na Globo acaba. Falo isso numa boa e sem amargura, porque faz parte da realidade do ator brasileiro".

Por conta dessa instabilidade na carreira televisiva, Karan centra toda sua força no teatro. Embora não concilie os dois trabalhos, ele já planeja o que fazer depois que a novela acabar. Ao lado de Miguel Falabella, apresentará a peça Império, que relata a chegada da família real portuguesa ao Brasil. "Tenho um filho de oito anos para criar. Não posso me dar ao luxo de ficar desempregado", afirma. Em busca da rentabilidade, o ator também tenta marcar presença no cinema. Apesar de conseguir poucos papéis em longas, foi justamente na telona que conquistou seus personagens preferidos. Como o protagonista João Fausto do filme As Alegres Comadres, de 2003, baseado em Shakespeare. "Sem dúvida, foi a melhor interpretação que fiz em toda minha carreira de 25 anos. Utilizei da melhor maneira toda minha experiência na comédia", afirma.

Karan se sente totalmente à vontade quando o assunto é comédia. Tanto que tem facilidade para fazer as cenas engraçadas do núcleo de Miami de América. Chega ao set com o texto na ponta da língua, mas sempre improvisa algumas gracinhas na hora de gravar. Na sua visão, o humor é o único gênero que permite brincar mais com a fala e com as características do personagem. "Sinto-me realizado quando faço comédia. Humor é tudo na vida. Ninguém é feliz sem uma boa dose de humor". Guilherme segue isso à risca mesmo. Nos intervalos das gravações da novela, faz questão de descontrair os colegas de cena com brincadeiras.




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