A marcha começou neste domingo de manhã no ponto de passagem de Kissufim, entre a Faixa de Gaza e o oterritório israelense, com uma oração coletiva. Os colonos fizeram um apelo a seus simpatizantes para que participem em uma grande manifestação quarta-feira à noite, em frente à residência oficial de Sharon em Jerusalém.

Essa marcha de quatro dias, que percorrerá uma distância de cem quilômetros, se desenvolve sob as palavras-de-ordem "caminhamos para frente", "sim à colonização, não às desmontagens", precisou à AFP Eran Sternberg, porta-voz dos colonos de Goush Katif, um grupo de colônias do sul de Gaza que Sharon quer desmontar.

Quando Sharon revelou seu plano de remoção das colônias da faixa de Gaza, onde vivem cerca de 7,5 mil pessoas, no dia 2 de fevereiro, os dirigentes dos colonos ameaçaram derrubar seu governo. A marcha para Jerusalém é sua primeira operação concreta contra o plano de Sharon.

"Parto do princípio de que no futuro não haverá judeus em Gaza", declarou Sharon ao anunciar seus projetos, que fazem parte de um plano mais amplo de separação dos palestinos, que pretende começar a aplicar no próximo verão (do hemisfério Norte), com a aprovação dos Estados Unidos.

Intenções - No marco de um plano de luta contra a remoção de colônias, Sternberg disse que os colonos têm intenções de criar três novas colônias na faixa de Gaza, no norte, centro e sul da região.

"Esses planos existiam antes do anúncio do primeiro-ministro. Mas não temos intenções de realizá-los sem obter as autorizações oficiais", disse. Sternberg declarou que espera a chegada de "200 novas famílias" nos próximos meses a Gush Katif.

Uma nova reunião entre os chefes de gabinete dos primeiros-ministros israelense e palestino, Dov Weisglass e Hasan Abu Libdeh, prevista inicialmente para este domingo, foi adiada por alguns dias devido às fortes quedas de neve em Jerusalém, informaram autoridades israelenses. O encontro estará dedicado fundamentalmente aos preparativos de uma cúpula entre Sharon e o premiê palestino, Ahmed Korei.

Desde que assumiu o cargo, no final de 2003, o primeiro-ministro palestino ainda não se reuniu com Sharon.