Nacional Titulo
Trabalhadoras rurais farao vigília pela reforma agrária
Do Diário do Grande ABC
10/08/2000 | 01:06
Compartilhar notícia


Trabalhadoras rurais que caminharam vindas de várias regioes do país na "Marcha das Margaridas" chegam nesta quinta-feira a Brasília para a vigília pela defesa da reforma agrária e de Justiça social, que será realizada a partir das 18 horas, em frente ao Congresso. Nesta quarta-feira, elas apresentaram as reivindicaçoes em encontro com o presidente Fernando Henrique Cardoso, no Planalto, do qual participaram os ministros do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann, e o chefe da Secretaria Geral da Presidência, Aloysio Nunes Ferreira, além dos presidentes do Incra, Orlando Muniz, e da Contag, Manoel Santos. O governo se comprometeu a criar uma comissao para analisar os pedidos das mulheres.

As trabalhadoras rurais querem que o governo realize uma campanha nacional para regularizar a situaçao das mulheres do campo; priorizar o acesso das mulheres às políticas públicas de reforma agrária; garantir e ampliar os direitos sociais, desde melhores condiçoes de financiamentos até questoes previdenciárias; assegurar acesso aos meios de comunicaçao e combater às formas de discriminaçao e violência sexual. A reuniao foi rápida e o presidente mal cumprimentou uma a uma das dez representantes do movimento. Apenas ouviu as queixas e pedidos, falando rapidamente em seguida.

"Foi um encontro positivo. O presidente ouviu as reivindicaçoes e demonstrou interesse pela luta (das Margaridas) e aproveitou para defender o acesso das mulheres à terra", disse o porta-voz da Presidência, Georges Lamazière. "Nós nao viemos aqui para brincadeira. Entregamos a íntegra com a lista de reivindicaçoes para o presidente e esperamos uma resposta até 17 de outubro - quando será encerrada Marcha Mundial de Mulheres que reúne 155 países", disse a coordenadora do movimento, Raimunda Celestina de Macena.

Na vigília desta quinta, as Margaridas se juntarao aos sem-terra. No entanto, o esforço é para que nao haja confrontos nem divergências entre os dois movimentos. "O importante é que o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) nao fique absorvido pelas Margaridas nem o contrário aconteça", ressaltou o presidente da Contag, Manoel dos Santos. "Tudo deve ser de comum acordo. Nao se pode misturar os movimentos de tal forma que um deles desapareça", completou.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;