Condutor da formatação da candidatura do PT de São Bernardo com vistas à sucessão do ano que vem, o prefeito Luiz Marinho (PT) busca perfil fora da política para ocupar a vaga de vice na chapa do petismo, que será representada pelo secretário de Serviços Urbanos, Tarcisio Secoli – oficialização deverá ocorrer nos próximos dias.

A estratégia de Marinho é angariar votos propagando junto aos eleitores que o projeto petista foi formado por pessoas sem vícios políticos – Tarcisio nunca disputou eleição. Atrelado a esse fator, o prefeito petista orquestra discurso de identidade com a cidade. Já há alguns meses, em agendas oficiais, como prestação de contas, Marinho é exaustivo em discursar que Tarcisio é de família histórica em São Bernardo.

No rol de pretensões para o posto de número dois do PT, o primeiro nome debatido por Marinho internamente foi o do presidente da subsecção da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) do município, Luís Ricardo Davanzo.

Questionado, Davanzo, que concorre à reeleição na entidade em eleição que ocorre em novembro, argumentou que, no momento, não faz planos para a política municipal. “Estou focado em meu trabalho aqui na OAB e espero conseguir renovar minha gestão e trabalhar integralmente por ela. Tenho como objetivo servir à sociedade de São Bernardo”, considerou o advogado, que está à frente do órgão desde 2013. Mandato de presidente na OAB é de três anos.

A um ano e dois meses da eleição, Marinho está com dificuldades de firmar aliança com partido aliado para formalizar chapa majoritária. A principal dificuldade estaria com a precaução de determinados partidos em firmar laços com PT em período de queda acentuada de popularidade no País. Muitos dirigentes têm sido receosos em atrelar imagem ao petismo, sem certeza de ocupar vice.

Diante do panorama, o chefe do Executivo passou a elaborar estratégia de trazer pessoa de fora da política para o arco de aliados. Apesar de alijar pretensões maiores de vereadores, o plano serviria para amarrar definitivamente partidos que namoram as candidaturas de oposição – nome de fora da política ingressaria em legenda, a fórceps, para minar costura com Alex Manente (PPS) ou Orlando Morando (PSDB). Marinho cogita a ideia de levar o nome pincelado dentro da sociedade a um partido que reúna melhor estrutura e contemple com a vice.

O movimento do chefe do Executivo servirá como complemento das ações ocorridas na administração em julho, quando mexeu no perfil do secretariado. Ao todo, três das quatro alterações anunciadas foram fundamentadas na vinda de pessoas com mais identidade na cidade e de relacionamento com sociedade e entidades. Na Educação, Cleuza Repulho (PT) foi substituída pelo vereador Paulo Dias (PT). No setor de Segurança Urbana, Benedito Mariano, de trajetória em Osasco, deixou posto para Cícero Ribeiro Silva – funcionário de carreira e morador da cidade. Já na Pasta de Desenvolvimento Econômico, Marinho nomeou o diretor-presidente do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), de São Bernardo, Hitoshi Hyodo (PTB), na vaga de Jefferson José da Conceição.