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Setor de autopeças anuncia reajuste de preços
Por Do Diário do Grande ABC
06/12/1999 | 09:47
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O presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), Paulo Butori, anunciou neste domingo que o setor de autopeças nao tem condiçoes de absorver novos reajustes de matérias-primas sem repasse aos preços, o que pode paralisar a produçao na indústria automobilística.

``As pressoes sao diárias. Nao suportamos mais aumentos e nao vamos mais pagar por eles', disse ele. O Sindipeças enviou uma carta às montadoras explicando o problema que está estrangulando o setor.

Os custos das matérias-primas deram um salto após a mudança cambial. Até agosto, papel e papelao subiram 39%, produtos químicos 37%, borracha 30%, tintas e vernizes 26%. O aço já teve dois reajustes de 19% após a mudança cambial e mais 12% no segundo semestre. O alumínio já acumula alta de 38%. Segundo Butori, os produtores querem novos aumentos.

Além disso, as indústrias tiveram de absorver os aumentos de tarifas autorizados pelo governo, como o dos combustíveis, que atingiu 48% e da energia elétrica, de 22%.

Em funçao das pressoes de custos, as montadoras já reajustaram os preços dos carros em 25%, na média deste ano. Só que o reajuste médio das autopeças ficou em 8%. ``O setor está no meio de dois oligopólios, o dos produtores de matérias-primas e as montadoras', reclama Butori.

Para ele, o mercado automobilístico real seria inferior ao previsto para este ano, de 1,25 milhao de unidades. ``As montadoras estao subsidiando o mercado e quem paga a conta sao as autopeças e concessionárias', acusa. De acordo com Butori, as montadoras nao aceitam negociar reajustes para evitar aumentos maiores de preços, que reduziriam ainda mais as vendas, e, com isso, estao comprimindo as margens das autopeças e revendas.

``As montadoras estao trabalhando com os cotovelos. Nós precisamos repartir melhor esse prejuízo. O poder das montadoras em determinar quem ganha e quem perde no jogo é desigual', ironizou.




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