Economia Titulo Expectativa
Consumidor segue otimista, apesar da alta na taxa de juros
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
03/06/2010 | 07:00
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A população brasileira segue otimista, mesmo com a elevação da taxa básica de juros (a Selic) - que no fim de abril subiu de 8,75% para 9,5% ao ano. É o que aponta o Inec (Índice Nacional de Expectativa do Consumidor), que cresceu 1,8% em maio frente ao mês anterior.

O estudo, elaborado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) e realizado pelo Ibope, mostra que o cenário de aumento nas contratações com carteira assinada, de melhora na renda e de expansão do crédito colabora para que as pessoas se mantenham confiantes.

O crescimento do Inec no mês interrompe a sequência de duas quedas consecutivas no índice. Apesar da retração, o patamar do indicador se mantém elevado, depois da forte expansão da confiança em dezembro.

Dentre os itens que compõem o índice, a expectativa em relação ao desemprego registrou alta de 4,8% (nesse caso, quanto maior o percentual, maior a perspectiva de se inserir no mercado profissional). Foi a variação mais elevada desde 2007.

As perspectivas de queda da inflação e de crescimento da renda pessoal também tiveram elevação. O otimismo em relação à taxa inflacionária cresceu 1,2% em maio, enquanto a expectativa sobre a renda pessoal aumentou 2,4%.

Os consumidores também afirmaram estar menos endividados e com situação financeira melhor. O índice de endividamento aumentou 1,8% e o de situação financeira cresceu 2,1% em maio em relação ao mês anterior.

JUROS - O único indicador que mostrou recuo em maio foi o de compras de bens de maior valor, com variação negativa de 0,2% em relação a abril. Para o gerente executivo de política econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, essa redução pode ser causada pela elevação da Selic. Ele acrescenta que a tendência de alta dos juros ao longo do ano pode afetar o otimismo dos brasileiros.

O coordenador do curso de Economia da Fundação Santo André, Ricardo Balistiero, cita que o aumento da Selic demora de três a seis meses para ser sentido pelo consumidor e, neste início de ano, a economia brasileira vinha em ritmo quase chinês. "Ao mesmo tempo que a população está comprando, a indústria está investindo e contratando, e a pesquisa capta esse sentimento de melhora", avalia.




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