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Oiticica 30 anos

Artista inspirador da Tropicália ganha uma mostra
grandiosa a partir de hoje no Itaú Cultural, em São Paulo

Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
21/03/2010 | 07:08
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O processo criativo do artista Hélio Oiticica (1937-1980) será mostrado em toda sua amplitude na exposição Hélio Oiticica - Museu é o Mundo, que abre hoje no Itaú Cultural (Avenida Paulista, 149. Tel.: 2168-1776), em São Paulo.

A mostra traz à Capital mais de 100 obras do autor que marcou história na vanguarda artística nacional entre as décadas de 1950 e 1970. A entrada é franca e a atração segue até o dia 16 de maio.

O objetivo é prestar uma grande homenagem a uma das maiores personalidades brasileiras e que movimentou o mundo artístico internacional no ano em que se completam 30 anos de sua morte.

"É de longe a maior exposição que já houve sobre o Hélio em São Paulo. A cidade nunca abrigou uma retrospectiva e nem uma grande mostra individual dele e agora ganha esse presente", diz César Oiticica Filho, sobrinho do artista e um dos curadores da mostra.

A seleção une 65 obras pertencente à Coleção César e Cláudio (cuidada pelo curador) com itens espalhados por acervos institucionais e particulares.

O público poderá apreciar a beleza de suas criação marcada por trabalhos experimentais e inovadores em bólides, penetráveis, parangolés e vídeos, além de muitos textos nos quais Oiticica acreditava ser uma extensão natural de suas obras. "Ele não difere entre o que é escrito de ideia e objeto. Tudo acaba se tornando a mesma coisa", explica o curador.

As obras ocupam três andares do espaço expositivo do local. Destaque para a presença dos famoso parangolés Mangueira e das penetráveis Rhodislândia (1971) e Tropicália (1966), essa última responsável por inspirar o movimento cultural homônimo. Não fica de fora a inesquecível bandeira com os dizeres Seja Marginal, Seja Herói, de 1968.

O trabalho do homenageado ocorre paralelamente a outras ações em demais pontos da cidade, como o Parque do Ibirapuera, a Pinacoteca do Estado e a Casa das Rosas.

Os espaços recebem diferentes penetráveis (instalações que podem ser exploradas) e mantêm viva a busca do autor com a maior conversação entre público e arte. Segundo Filho, as obras externas são o diferencial da exposição.

O projeto conta também com uma série de atividades no Seminário Hélio Oiticica, no qual convidados conversam o trabalho e o legado do artista. A mediação dos debates fica por conta de Felipe Scovino, pesquisador de artes visuais da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

A elaboração da mostra começava a ser feita quando um incêndio destruiu parte do acervo de Oiticica em outubro, no Rio. Alguns itens que estavam previstos para vir a São Paulo ficaram de fora, mas nada que comprometesse. "Foi uma perda considerável. Felizmente, as outras retrospectivas que a precederam eram bem piores."

O acidente fez com que os responsáveis reforçassem a segurança e, para isso, tiveram de vender algumas obras do autor para arcar com os custos. Antes que seja tarde, o revolucionário artista ganha uma homenagem grandiosa.




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