A questão do superendividamento dos brasileiros tem preocupado os órgãos de defesa do consumidor e a Defensoria Pública. Ontem, Dia Mundial do Consumidor, entidades como o Procon-SP, Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), seccional paulista da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Ministério Público de São Paulo, Ipem-SP (Instituto de Pesos e Medidas) e a Defensoria Pública de São Paulo mandaram representantes à Capital paulista, para responder a dúvidas de consumidores. Uma das grandes preocupações das pessoas foi a negociação de dívidas.

"Talvez esse seja um dos problemas mais recorrentes hoje da sociedade brasileira. Estima-se mais de 40 milhões de pessoas endividadas ou superendividadas, que é aquele cidadão que não tem condições de arcar com todos os seus débitos e que, mesmo vendendo tudo o que tem, não consegue pagar suas dívidas", disse Robson Campos, diretor de atendimento do Procon-SP.

Segundo ele, o problema do superendividamento ocorre pela grande oferta de crédito e facilidade de consegui-lo no mercado, algumas vezes, sem necessidade de apresentação de garantias ou comprovação de renda. A situação pode ser agravada quando o cidadão passa por problemas familiares, tais como morte ou doença na família, fica desempregado ou quando sofre de uma doença que o faz gastar compulsivamente, sem controle.

"O superendividamento é um fenômeno que não é só nacional e pode trazer muitos malefícios para a sociedade, gerando violência moral e física porque desestabiliza as instituições familiares", afirmou Campos. "A pessoa não deve gastar mais do que ganha. Deve programar suas despesas", explicou Campos.