Os 128 demitidos da Cross Hueller, metalúrgica de Diadema, ainda estão sem receber o pagamento das rescisões trabalhistas. Quinta-feira uma reunião no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) - no bairro Consolação, em São Paulo - entre trabalhadores, sindicato e representantes da empresa tentou resolver o impasse, mas sem sucesso.

De acordo com funcionários que estiveram no encontro, a justiça ampliou o prazo para mais 15 dias para que a empresa forneça documentação de defesa - já que está entrando com processo de recuperação judicial e, por conta disso, não indenizará nenhum funcionário no momento.

"Até lá não sei o que fazer para sustentar a minha família. Após 25 anos de empresa a gente não espera sair dessa forma, sem direito nem a sacar o Fundo de Garantia ou sequer receber o seguro desemprego", lamenta Eduardo César de Azeredo, ex coordenador de suprimentos da Cross Hueller.

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC foi procurado pela reportagem, mas não retornou as ligações. Nenhum representante da empresa foi encontrado para falar sobre o assunto. 

Histórico - A Croos Hueller encerrou suas atividades no dia 1º de abril por conta do cancelamento de uma encomenda da General Motors para a fabricação de maquinários no valor de R$ 46 milhões. 

Desde o início do mês passado funcionários fazem manifestações em frente à porta da fábrica com o intuito de sensibilizar a empresa para liberação do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e do Seguro Desemprego.

No fim de abril os demitidos chegaram a ficar acampados durante cinco dias no local impendindo a entrada de outros funcionários. A Polícia Militar foi acionada, mas a manifestação foi pacífica.