Economia Titulo Crescimento
Pequenos empresários estão otimistas
Por Bárbara Ladeia
Do Diário do Grande ABC
03/04/2009 | 07:00
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Apesar da melhora nas perspectivas de faturamento e contratações das micro e pequenas empresas registrado pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa), o nível de confiança do consumidor apurado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) chega ao menor nível dos últimos três anos. Embora pareçam contraditórios, os resultados apontam a diferença de percepção entre consumidores e empresários diante da crise.

Segundo a sondagem promovida pelo Sebrae, a maioria das micro e pequenas empresas está otimista em relação ao cenário geral do mercado nacional. Cerca de 62% das empresas esperam vender e faturar mais nos próximos meses. Dos 68% dos empreendedores que acreditam no aumento no número de clientes, cerca de 35% pretendem aumentar suas contratações com carteira assinada.

Apesar do cenário mais grave pintado no Grande ABC graças ao grande número de empresas ligadas ao setor automotivo, empresários da região já sinalizam melhoras.

"O primeiro trimestre foi muito mais complicado por conta da sazonalidade. O estoque que as empresas já tinham também comprometeu bastante nossos ganhos", lembra Adriano Damas, diretor comercial da Fledlaz, metalúrgica de Ribeirão Pires que fornece serviços para as autopeças da região. No entanto, a perspectiva é de melhora, tendo em vista que "algumas montadoras vão num ritmo formidável em função da redução do IPI".

Embora não espere os picos de produção como em setembro do ano passado, a perspectiva não é negativa. "Estamos entrando em uma trajetória rumo ao equilíbrio", explica Damas.

O grande diferencial está no tamanho da empresas. Grandes companhias tendem a amortecer os impactos da brusca queda nos pedidos vindos do mercado externo, bastante prejudicado nessa crise. As micro e pequenas tendem a sentir as desacelerações do mercado com menor força, o que traz otimismo às suas perspectivas.

No entanto, quando o impacto das perdas chega às micro e pequenas, a recuperação é mais lenta. Damos aponta que o fechamento de empresas que não resistiram a esse período de turbulência torna o mercado mais amplo. "Vamos ter um novo fôlego para realizar novos contratos. Nossa expectativa é de incremento no número de negócios, mesmo que o ganho por contrato seja inferior."

No setor de embalagens, a perspectiva é semelhante. Para Ronaldo Mian, gerente de negócios da Agris, fabricante de embalagens de Diadema, a crise trouxe o estímulo que faltava para novos negócios.

Em meio a essa queda forte nas vendas para o mercado externo, a Agris acaba de fechar contrato com uma empresa venezuelana que busca o Brasil como forma de escapar dos bloqueios políticos impostos no seu país de origem. "Estamos começando agora a entrar no mercado externo por meio desse cliente, que compra nosso produto, embala e envia para o mercado externo", afirma.

A expectativa é retomar os patamares de produção anteriores à crise dentro de seis meses. "Parece estranho falar isso, mas para nós a expectativa é muito boa. Nossos clientes estão voltando e, além disso, temos muitos negócios novos se devolvendo", explica Mian.




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