Política Titulo Santo André
Unido, G-12 visita OAB, que sugere projetos
Bruno Coelho
Do Diário do Grande ABC
22/02/2013 | 07:00
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Andréa Isaki/DGABC


Em mais uma demonstração de unidade, o G-12 (grupo de 12 vereadores opositores ao governo municipal) se reuniu com o presidente da subsecção da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Santo André, Fábio Picarelli. Ausente no encontro, a base governista da administração do prefeito Carlos Grana (PT), formada por outros nove parlamentares, classificou o ato como posicionamento político.

As conversas entre Picarelli e os legisladores abordaram projetos como a criação da Lei do Psiu (Programa de Silêncio Urbano), Lei Cidade Limpa e a retomada das discussões da Lei Ficha Limpa municipal. O contato, que durou aproximadamente 30 minutos, não chegou a aprofundar sobre os temas e tampouco oficializou acordo para ajuda técnica da OAB para a elaboração das proposituras.

Embora reconheça que o comparecimento dos 12 parlamentares seja uma demonstração de união, o presidente da Casa, Donizeti Pereira (PV), rechaça que o ato de ir apenas os opositores à administração petista seja algum tipo de demonstração de força ao Paço. O verde sinalizou que pode marcar novo encontro com Picarelli, desta vez com todos os 21 vereadores.

"Foi uma visita cordial para afirmamos parceria para que a OAB possa ter uma participação importante nos debates de projetos na Câmara. Não estamos aqui para dar resposta ao governo e sim para exercer o papel do Legislativo. Não somos nós que estamos criando uma guerra", discorreu Donizeti.

Em janeiro, Picarelli fez visita de cortesia a Donizeti e, no ato, convidou o Parlamento a estar na OAB. Avesso aos atritos entre governistas e oposicionistas no Legislativo, ele enfatizou que a Ordem está aberta para todos os 21 parlamentares, mas reconheceu a unidade do grupo. "Mais importante do que quem convidou quem, é a simbologia de que estão buscando uma organização em prol da cidade e isso para a democracia é bom. Se a oposição não existir, não existirá democracia. Acho que é uma combinação muito boa", analisou Picarelli.

A bancada governista estranhou o gesto do G-12, alegando que não foi comunicada do convite da OAB. "Acho que é apenas mais uma demonstração de marcar posição política do que discutir projetos que sejam de interesse da cidade", disse a líder do PT na Câmara, Bete Siraque.

Grana atende reivindicação do bloco

O prefeito Carlos Grana vai atender reivindicação do G-12 e debaterá com os 21 vereadores a reforma administrativa antes de envia-la à Câmara. A decisão foi tomada ontem, na primeira conversa que teve com o grupo de 12 parlamentares de oposição. O bloco reclama desde o início da gestão de falta de diálogo do governo petista.

Foram duas horas de reunião na noite de ontem. Os vereadores saíram sem falar com a imprensa. "Tivemos uma boa conversa", ressaltou o chefe do Executivo.

O G-12 tem demonstrado coesão e promete discutir com detalhes cada projeto enviado por Grana ao Legislativo. Mas, sem barrar propositadamente, por politicagem, as peças que serão protocoladas. Ainda assim, sem maioria o prefeito deve ter dificuldade no trâmite das matérias.

Indagado se espera ter problemas na relação com a Câmara, o petista foi categórico. "Governar também é a arte de enfrentar dificuldades."

O gestor se responsabilizou pelo e-mail enviado pelo secretário de Gabinete, Tiago Nogueira (PT), aos demais integrantes do primeiro escalão proibindo que eles atendessem os vereadores. "Antes de falar com os secretários, os parlamentares tinham de falar comigo", justificou. A falta de diálogo foi um dos pontos que levaram o G-12 a ficar ainda mais unido, pois se sentiu desrespeitado.

Carlos Grana ainda não indicou um líder de governo na Câmara. O petista não descartou escolher um parlamentar de outro partido para representar e defender o Executivo na Casa.

Já acerca do impasse do PMDB, em que os dois vereadores empossados nesta semana não querem conversar com o presidente municipal da sigla, Nilson Bonome, Grana disse que irá procurar o líder estadual da legenda, Baleia Rossi, para tentar atrair os peemedebistas à base de sustentação.




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