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Blocos resgatam marchinhas e bom humor
Por Andressa Dantas
Do Diário do Grande ABC
05/02/2013 | 07:00
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Tiago Silva/DGABC


Para não deixar a tradição das marchinhas carnavalescas desaparecer, bandas do Grande ABC reúnem centenas de foliões em blocos de rua. A festa começou no fim de semana e segue até o feriado de Carnaval.

Há 33 anos, a banda Baxaria marca presença na Folia andreense. A festa começa sempre às 12h32m44s. Os integrantes do grupo, que preferem não se identificar, contam que a farra é garantida ao som de marchinhas tradicionais e fantasias inusitadas. O grupo é formado por 12 músicos, entre instrumentos de sopro e percussivos. A festa deste ano fará homenagem ao movimento concretista e ao artista plástico andreense Luiz Sacilotto, morto há dez anos.

Através do slogan Crie sua fantasia e saia na Baxaria, a banda, que se apresenta no sábado, a partir das 12h30, em frente ao clube Primeiro de Maio, incentiva a criatividade dos participantes, que a cada ano inventam uma fantasia diferente. "Nesses anos de Carnaval já vi de tudo. Odaliscas, pierrôs, bailarinas, personagens de desenho, homem vestido de mulher, mulher vestida de homem e por aí vai. O importante é a alegria do pessoal", contou um dos fundadores da banda.

Para quem participa, os blocos são uma forma de preservar o encanto do passado. "É muito divertido e uma ótima opção para quem não vai viajar no feriadão. Quando era criança, curtia as festas de rua, e acho importante preservar isso para que as novas gerações conheçam", lembrou o comerciante Eduardo Andalaft, 59, integrante do bloco Concentra, Mas Não Sai, de Santo André, que se reuniu na sexta-feira.

À moda antiga

Para a comerciante Monica Aparecida Grizante, 49, a Folia de rua é uma festa familiar. "Me lembro de curtir essas festas com a minha família. Aquela coisa de confetes e serpentinas, marchinhas divertidas e um clima muito tranquilo. É assim que me lembro dos carnavais na infância", relatou.

Atualmente, a comerciante leva sua filha de 14 anos para a farra. "Ela vai desde pequena. Não é a mesma coisa que uma escola de samba. Participar de um bloco é como ir a uma festa de amigos, que normalmente é feita sempre pelos mesmos conhecidos."

O engenheiro Leandro Francisco Brandão, 53, conta que começou a participar do bloco Estrela Dalva (que se reúne na sexta-feira, às 18h) por brincadeira. "Eu e outros amigos nos reuníamos uma vez por semana no bar da Dalva após o trabalho. E há três anos resolvemos homenageá-la fantasiados e cantando marchinhas em um bloco de amigos. Damos a volta no quarteirão cantando e fazendo farra e depois voltamos para lá e ficamos fazendo festa".

Neste ano, Brandão terá um "gavião" participando do bloco com sua família. "Era só o que me faltava. Minha filha me avisou que agora vai com namorado. Já foi a época que eu a carregava no colo. Mas o bom é que todo mundo lá me ajuda a ficar de olho nele", brincou.

Instituições fazem Carnaval com tema social

Para conscientizar a população sobre questões do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), o bloco Eureca (Eu Reconheço o Estatuto da Criança e do Adolescente) vai às ruas de Diadema pela primeira vez hoje, a partir das 14h, e sexta-feira segue por São Bernardo em sua 22ª edição.

Neste ano, o bloco vai para as ruas com o tema Eureca 2013 - Pela Verdade Antes que o Mundo Acabe, com objetivo de alertar a população sobre as questões de violência e abuso a jovens e crianças.

Na sexta-feira, o bloco da instituição Cidade dos Meninos, de Santo André, reúne crianças, deficientes, idosos e familiares em marcha com fantasias pelas ruas do Parque Novo Oratório. Brincadeiras é o enredo da festa, que promete contagiar os participantes e comerciantes da região.




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