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Usuários apontam falhas no Sancabike
Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
19/01/2013 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Inaugurado em outubro, o programa de empréstimo de bicicletas em São Caetano apresenta falhas técnicas e operacionais. Entre as principais reclamações apontadas do Sancabike estão problemas no sistema informatizado, vandalismo, demora na emissão do cartão de usuário e falta de funcionários para prestar auxílio.

O serviço é operado pela empresa Brasil e Movimento, que também tem programa semelhante em Campinas, no interior do Estado. Segundo a Prefeitura, as bicicletas são utilizadas, em média, 2.000 vezes por mês em São Caetano - o que representa cerca de 66 empréstimos ao dia.

A equipe do Diário percorreu a cidade durante dois dias desta semana e, em cerca de cinco horas de observação, verificou o serviço sendo utilizado cinco vezes - sendo duas pela mesma pessoa, em ocasiões diferentes. Apesar de a equipe ter visitado cinco das oito estações do programa, a única em que houve demanda foi a localizada no terminal Nicolau Delic, ao lado da estação da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

Na tarde de ontem, o sistema informatizado do programa apresentou falhas. Além de o mapa interativo não mostrar a quantidade de veículos disponíveis, os usuários ficaram por cerca de meia hora sem conseguir retirar as bicicletas.

Esse foi o caso da recepcionista Juliana Fleury, 25 anos, que passou o cartão em nove terminais, mas não conseguiu ter a bike liberada para uso. Sem sucesso, foi para casa a pé. "Infelizmente isso é comum. O sistema trava e ninguém consegue fazer a retirada", lamenta.

Juliana comenta que também é frequente encontrar veículos danificados por vândalos. "Sempre verifico freios, pedais e embreagem antes de começar a andar", alerta.

Apesar das críticas, a recepcionista elogia o serviço, que utiliza há três meses. "Moro no bairro Santa Maria. Como o ônibus para lá demora muito para chegar, eu levava meia hora até a minha casa. Pedalando, vou em 20 minutos. Sem contar a economia que faço."

Já o analista Éric Alves Barroso, 37, conta que os problemas também ocorrem na devolução. "Teve uma vez que coloquei a bicicleta na base, mas o sistema deu baixa, como se eu não tivesse devolvido." Outra crítica é a respeito da falta de funcionários nas estações. "Quando chegamos e os terminais estão lotados, temos de procurar outro posto. Não tem ninguém com quem possamos deixar."

As estações do programa não têm cobertura. Com isso, as bikes estão com ferrugem nas partes metálicas. A Prefeitura informa que busca aperfeiçoar o programa e uma das soluções estudadas é cobrir os postos. A Secretaria de Mobilidade Urbana diz que irá ampliar a divulgação do Sancabike para atrair maior número de usuários. Cerca de 70 bicicletas são utilizadas no serviço.

Prefeituras estudam programa semelhante

Outras prefeituras da região estudam criar programas semelhantes para empréstimo de bicicletas. O assunto também é discutido no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC.

Em São Bernardo, a administração municipal confirma que há estudos em fase inicial, mas que não tem informações detalhadas de como o serviço irá funcionar. A Prefeitura de Ribeirão Pires também diz estudar o assunto e que planeja criar estação do programa na ciclofaixa da Avenida Brasil. Em Diadema, ainda não há previsão de criação do serviço. As prefeituras de Santo André, Mauá e Rio Grande da Serra não se manifestaram.

SÃO CAETANO

O ciclista que tiver interesse em participar do Sancabike deve fazer o cadastro pelo site www.brasilemovimento.com.br. O usuário receberá em casa o cartão do programa e, para ativar o sistema, precisa pagar caução no valor de R$ 10, via cartão de crédito, débito ou boleto bancário. É necessário pagar R$ 5 para o seguro.

As bicicletas podem ser retiradas até seis vezes por dia pelo mesmo ciclista, em períodos de até 45 minutos cada. Após o vencimento, é necessário devolver a bike e esperar, no mínimo, 15 minutos.




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