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Manifestantes bloqueiam Índio Tibiriçá por 5 horas

Moradores querem melhorias nas áreas de transporte, Educação e Saúde

Camila Galvez
Do Diário do Grande ABC
03/07/2013 | 07:00
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Cerca de 300 moradores do Parque Andreense, em Santo André, fecharam ontem, por cinco horas, os dois sentidos da Rodovia Índio Tibiriçá, na altura do km 30, em Santo André. Foi o segundo dia de manifestações pela redução da tarifa de R$ 4,75 cobrada pelos ônibus intermunicipais que levam moradores para Ribeirão Pires e São Bernardo.

Por volta das 16h, o grupo ateou fogo em pneus e galhos para impedir a passagem dos veículos, principalmente caminhões, já que carros retornavam pela pista contrária. As filas chegaram a dez quilômetros em ambos os sentidos.

A redução no valor da passagem não é a única reivindicação do grupo. Os moradores apresentaram ontem, em reunião na Prefeitura, pauta com cinco demandas para o bairro, conforme o líder dos manifestantes, o representante comercial Magdiel Ferreira de Paiva, 35 anos. “O transporte está em primeiro lugar, mas também queremos prazo para finalização das obras do Cesa (Centro Educacional Santo André), melhorias na Saúde, pavimentação, saneamento e regularização fundiária”, enumera.

Conforme Paiva, a Prefeitura os recebeu, mas não deu prazo para atender as solicitações das famílias, apenas marcou outra reunião para sexta-feira. A administração nega (leia mais ao lado) e diz que o encontro será no dia 12. “Não podemos mais esperar. Minha filha quer fazer curso técnico, mas com esse preço da tarifa, fica difícil”, disse Paiva.

As famílias reclamam também da remoção de cerca de 200 moradias do bairro, por estarem localizadas em área de proteção ambiental. “Eles pensam mais no meio ambiente do que nas pessoas. Por que deixaram a gente entrar, então? Agora querem nos expulsar e não temos para onde ir”, diz a dona de casa Linda Camargo, 50.

Os moradores também reclamam da falta de redes de água e esgoto no bairro, que é abastecido por caminhão-pipa. “Não autorizam nem a construção de fossa asséptica nas casas, o esgoto corre a céu aberto”, reclama a dona de casa Viviane Castelhano, 37.

As pistas só foram liberadas por volta das 21h, após intervenção da Força Tática da Polícia Militar. Bombeiros apagaram o fogo e os carros voltaram a passar.

O caminhoneiro Carlos Roberto, 41, de Minas Gerais, foi um dos primeiros a seguir viagem. “Ontem (segunda-feira) fiquei preso em Taubaté e hoje (ontem), aqui. Mas as reivindicações são justas. Aproveito para dormir.”

Prefeitura marca reunião para o dia 12

A Prefeitura de Santo André afirma que recebeu ontem grupo de cinco manifestantes do Parque Andreense e ouviu suas reivindicações. A administração se comprometeu a procurar os órgãos responsáveis por cada um dos temas, e marcou outro encontro para o dia 12 a fim de apresentar as respostas aos moradores.

Sobre o transporte, a Prefeitura reconhece que o Parque Andreense é atendido somente por linhas intermunicipais da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos). Para tentar resolver o problema, será agendada reunião entre a empresa e a SATrans.

Sobre a continuidade das obras do Cesa (Centro Educacional Santo André), a administração afirma que uma das primeiras ações da atual gestão foi procurar a empresa responsável para que as intervenções, paradas na gestão passada, fossem retomada. A previsão é que seja entregue até o fim deste ano.

Sobre as desapropriações, a Prefeitura explica que, por se tratar de área de mananciais, a região está sujeita a restrições de ocupação. Para regularizar parte dos terrenos existem projetos, que foram retomados nesta gestão. Para os moradores que terão de sair, o Executivo diz que buscar sempre a negociação.  




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