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Vereadores começam a articular impeachment de Pitta
Do Diário do Grande ABC
11/03/2000 | 00:11
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Os vereadores da oposiçao começaram na noite desta sexta-feira a articular o pedido de impeachment do prefeito de Sao Paulo, Celso Pitta (PTN), e a abertura de uma comissao parlamentar de inquérito (CPI) para investigar as denúncias de corrupçao na administraçao municipal e na Câmara. O líder da bancada petista, José Eduardo Martins Cardozo, convocou uma reuniao de emergência para a manha deste sábado para definir como deverao atuar os vereadores do partido.

Cardozo e o vereador Dalton Silvano, líder em exercício do PSDB, tentavam também marcar uma reuniao entre as bancadas ainda no fim de semana para definir a estratégia da oposiçao. Até o fechamento desta ediçao, o encontro nao havia sido confirmado, mas, entre tucanos e petistas, prevalecem as propostas de pedir o impeachment do prefeito e uma nova CPI.

"Se o prefeito tivesse bom senso, renunciaria agora ao mandato", declarou o líder do PT. "A denúncia é extremamente grave e já temos razoes suficientes para cassá-lo." Segundo ele os processos de impeachment e o andamento da CPI podem correr de maneira independente. E a prioridade será exatamente cassar o prefeito. "O fato é que essa administraçao acabou, nao tem mais condiçoes de governabilidade", disse o vereador petista. Ele avisou que vai defender uma CPI sem a participaçao dos colegas citados pela primeira-dama. "Todos os acusados tem de ficar de fora e, para isso, vamos chamar a primeira-dama para depor imediatamente." Cardozo declarou ainda que pretende acionar o Ministério Público Estadual (MPE) para que as acusaçoes de Nicéa sejam investigadas.

O vereador Carlos Neder (PT) é mais cauteloso. Acha que o partido deve concentrar as forças nesse momento para instalar a CPI e, a partir de seus resultados, pedir o impeachment. Apesar disso, Neder acredita que o governo Pitta "chegou ao fim" com a contundência do depoimento da primeira-dama. "Sua relaçao com o prefeito dá autenticidade às denúncias." A Câmara depois das acusaçoes de Nicéa, "nao terá como se omitir", disse Neder.

"A casa caiu", afirmou o vereador Dalton Silvano. "Fica claro, em primeiro lugar, que a CPI da Máfia dos Fiscais nao deveria ter sido encerrada, mesmo porque tínhamos os indícios de que o esquema de corrupçao chegava aos altos escaloes da Prefeitura." Assim como Cardozo, o discurso de Silvano faz um apelo à uniao das oposiçoes numa estratégia de atuaçao única. Ele é defensor do mesmo pedido de impeachment e da abertura da CPI: "Poderíamos tentar abrir uma comissao processante, mas juridicamente a melhor iniciativa é mesmo a CPI."

Os vereadores da oposiçao terao de reunir 19 assinaturas para pedir a abertura da CPI, mas vao ter de enfrentar duas votaçoes para conseguir sua instalaçao. Isso porque há uma série de pedidos de CPIs anteriores. No momento, nao há nenhuma comissao instalada, mas os vereadores precisarao conseguir 28 votos para que o novo pedido possa ser examinado antes dos demais. A partir daí, sao necessários outros 28 votos para aprovar a abertura da CPI.




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