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Doença de Pinochet é fácil de simular, diz especialista
Por Do Diário do Grande ABC
04/03/2000 | 15:18
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Um psiquiatra especializado em geriatria afirmou neste sábado que é ``muito fácil' simular uma doença mental se o exame nao for feito por um especialista, como aconteceu com o ex-ditador chileno Augusto Pinochet, libertado na quinta-feira passada por Londres, por razoes de saúde.

O dr. Robert Howard, especialista do Instituto de Psiquiatria do Hospital Mearsley (Sul de Londres), entrevistado pela emissora BBC, estimou que ``algumas pistas importantes nao foram exploradas' no exame médico que permitiu a Pinochet escapar de um processo na Espanha pelos crimes de sua ditadura.

``Na maioria dos casos da justiça criminal neste país, nos quais a questao de capacidade mental para enfrentar um processo deve ser levada em conta, a pessoa é examinada por um psiquiatra. Neste caso preciso (o de Pinochet), nao havia um psiquiatra presente', acrescentou Howard.

Ao comentar a surpreendente recuperaçao física de Pinochet quando saiu do aviao ao chegar ao Chile, o psiquiatra ressaltou, no entanto, que o general ``nao foi julgado física e sim mentalmente incapaz de suportar um processo'.

Para o advogado Fernando Barros, um dos responsáveis em Londres pela campanha em favor de Pinochet, este último ``nao corre evidentemente o risco de morrer hoje ou amanha, e até poderá ter uma vida normal'.

``Mas com uma pessoa de sua idade (84 anos) nunca se sabe. As conclusoes das autoridades britânicas é que nao está em condiçoes de agüentar um processo que poderia durar quatro ou cinco anos', acrescentou Barros.

A possibilidade de Pinochet ter simulado demência já havia sido levantada em janeiro passado, nas alegaçoes apresentadas ao ministro do Interior britânico Jack Straw e apoiada por um documento da Fundaçao Médica para Vítimas da Tortura, que protestou contra a ausência de um psiquiatra na equipe que examinou o general.




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