Questoes como a experiência existencial e a passagem do tempo sao tratadas de maneira alegórica, de acordo com a curadora. Sandra Tucci mostra quatro réplicas de coraçao de boi em aço inoxidável, cada um delas banhada por uma luz específica, numa referência às pesquisas cromáticas de Kandinski e seu ensaio sobre o espiritual na arte.
Beth Moysés tenta uma representaçao metafórica da passagem do tempo com travesseiros de cetim forrados de terra, numa obra que conjuga vida amorosa, o papel da mulher e o sentido da fecundaçao num mundo à beira do colapso.
Já Shirley Paes Leme tem um trabalho mais formal e construtivo, segundo a curadora. Também traça uma correspondência visual da passagem de tempo por intermédio de três cubos de metal que têm em seu interior galhos de eucalipto, cinza e fumaça. "O cubo é uma redoma e seu conteúdo funciona como escritura organizadora de todo esse processo", explica Kátia Canton.
A mostra brasileira está no mesmo pavilhao das mostras inglesas, que deverá ser futuramente reformado. Essa reforma está sendo planejada por arquitetos e técnicos da Prefeitura, da Fundaçao Bienal e do próprio MAC, mas ainda nao foi marcada uma data para o início das obras. Segundo o diretor do museu, Teixeira Coelho, é muito difícil a convivência do MAC com a Bienal, porque no Pavilhao Ciccilo Matarazzo sao realizadas feiras que acabam atrapalhando até o acesso à rampa que leva os visitantes ao terceiro andar do prédio, onde funciona o museu. Apesar disso, outras grandes mostras estao programadas para este ano, entre elas uma organizada por Cristina Freire sobre arte conceitual, utilizando obras do próprio acervo do museu.
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