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Greves na França prejudicam visita do COI ao país
Da AFP
10/03/2005 | 17:25
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Uma greve nacional dos setores públicos e privados provocou nesta quinta-feira na França grandes perturbações nos transportes durante a visita do COI (Comitê Olímpico Internacional) para analisar a candidatura de Paris para os Jogos de 2012.A coincidência da greve nacional e da visita do COI é "perfeitamente acidental", declarou Marc Blondel, ex-secretário-geral da Força operária.

O metrô, aviões, trens, correios, museus, escolas e outros serviços foram afetados pela greve e manifestações convocadas pelas principais organizações sindicais. No total, cerca de 150 passeatas de protestos foram realizadas e, ao todo, participaram mais de um milhão de manifestantes, segundo os sindicatos. Contudo, a polícia estimou que o público presente foi de 500 mil.

Em Paris, o protesto reuniu 150 mil participantes (35 mil segundo a polícia), encabeçados pelos principais líderes sindicais que exigiam aumento de salários, diminuição das horas de trabalho e protestavam contra o desemprego.

A greve afetou severamente os movimentos aéreos. Somente dois em cada três aviões decolaram da capital francesa. Um em cada quatro metrôs circulou, o que provocou intermináveis engarrafamentos no centro da cidade e nos acessos a Paris na hora de pico.

O serviço ferroviário ficou afetado em mais de 60%. Todos os ramais sofreram o impacto, com exceção das linhas do Eurostar, entre Paris e Londres, e Thalys, na direção de Bruxelas.

Dependendo das fontes, entre 15 e 25% dos funcionários postais entraram em greve e a educação sofreu com a ausência de 23% a 41% dos alunos e professores. Muitas rádios deixaram de emitir sua programação habitual e a substituíram por música.

A qualidade dos transportes públicos é um critério importante de avaliação do COI para a escolha da cidade que organizará as Olimpíadas. Paris concorre à vaga com Nova York, Moscou, Madri e Londres.

As 150 mil pessoas, segundo os organizadores, ou 35 mil de acordo com a Polícia, que desfilaram pelo leste da capital, o fizeram num trajeto escolhido para não incomodar a delegação olímpica. Os líderes sindicais tiveram de amenizar a polêmica gerada pela coincidência da data de suas manifestações em Paris e a visita do COI, apoiando a candidatura da capital em nome do emprego.

Alguns dirigentes e manifestantes carregavam placas e usavam bonés e camisetas em favor da candidatura de Paris. Um cartaz reivindicava "JO em sete anos, salários agora".

A delegação olímpica, que visitou nesta quinta-feira os principais locais olímpicos no norte e no oeste da capital, não encontrou a manifestação. "A grande maioria dos franceses apóia a candidatura de Paris para 2012 e uma grande maioria também apóia a jornada do 10 de março", declarou Bernard Thibault, o secretário-geral da CGT (um dos três principais sindicatos franceses).

Em Seine Saint-Denis, onde fica o Stade de France, a CGT local destacou que os Jogos seriam bons para "combater a precariedade e abrir perspectivas de emprego neste departamento, o mais pobre da região Ile-de-France".




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