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Ramalhão não resiste e cede igualdade ao Corinthians na Arena

Debaixo de temporal, Santo André abre o placar com Ronaldo, mas sofre gol de Boselli nos acréscimos e deixa vitória escapar em Itaquera

Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
27/02/2020 | 00:24
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Celso Luiz/DGABC


O Santo André resistiu quanto pôde, mas, desta vez, não conseguiu segurar a vitória contra o Corinthians, ontem, na Arena, em Itaquera. Embaixo de temporal, o Ramalhão abriu o placar no primeiro tempo com o artilheiro Ronaldo – foi o quinto dele no Campeonato Paulista – e foi muito pressionado até que Mauro Boselli, já nos acréscimos, decretou o empate por 1 a 1 e acalmou os torcedores.

O jogo terminou sob intensas vaias para o trio de arbitragem. É que no último lance Salim Fende Chaves anulou gol de Janderson, apontando acertadamente impedimento do zagueiro Gil no lance.

O resultado mantém o Santo André na liderança do Grupo B e na classificação geral do Campeonato Paulista, mas o time pode ser ultrapassado pelo Palmeiras que, no sábado, faz o clássico contra o Santos, no Estádio do Pacaembu, no complemento da oitava rodada. Se vencer, o Alviverde chega aos mesmos 19 pontos do Ramalhão, mas fica à frente nos critérios de desempate.

Tiago Nunes surpreendeu antes do jogo ao sacar Boselli para a entrada de Pedrinho. O argentino é artilheiro do Corinthians na temporada e já havia feito quatro gols no Paulistão, mesmo assim foi preterido em relação a Vagner Love. Como era esperado, Gabriel assumiu a vaga de Camacho, suspenso.

O Santo André foi o mesmo das últimas partidas. Se posicionou em busca de uma bola, enquanto deixava o Corinthians rodar de um lado para o outro em busca de espaço. O Ramalhão contou com ajuda imprevisível: a chuva. Quando o campo ainda estava sem poças, abriu o placar, com Ronaldo, de cabeça, aos 27 minutos da etapa inicial.

Logo depois, o gramado ficou impraticável, o que dificultou bastante para o Corinthians armar as jogadas. O único jeito eram os cruzamentos longos para dentro da área.

A pressão pelo resultado deixou o Corinthians nitidamente nervoso em campo. Fagner e Yony Gonzáles entraram duro em Marlon e Luizão, respectivamente, e poderiam até ser expulsos, mas contaram com a compreensão da arbitragem.

Depois do gol andreense, a torcida também passou a pressionar os jogadores e deixou o clima em Itaquera quente, apesar da chuva torrencial.<EM>

No segundo tempo, Tiago Nunes voltou com equipe mais ofensiva e Boselli na vaga de Yony Gonzáles. A ideia era aproveitar melhor as dezenas de cruzamentos na área.

Com time leve e o campo encharcado, o Santo André não conseguia armar um contra-ataque, que é seu forte, e resistia à pressão. O Timão, que já havia desperdiçado grandes chances, empatou nos acréscimos, com Boselli, de cabeça.

Empate frustra os dois treinadores

O Santo André deixou a Arena Corinthians com uma mistura entre a satisfação de ter somado ponto importante contra um dos grandes do Campeonato Paulista fora de casa e a lamentação do gol sofrido no fim da partida.

“Como resultado nós comemoramos, por jogar na Arena, na situação em que o Corinthians se encontra, precisando ganhar o jogo, sair na frente. Mas tomar um gol no fim, da forma como foi, baixa um pouco a nossa satisfação. O que deixou de ser bom foi sofrer um gol em jogada previsível, a única que eles podiam fazer pelo estado do gramado”, lamentou o técnico Paulo Roberto. “Estávamos nos saindo bem nos cruzamentos, nossa zaga ganhando todas, mas não conseguíamos fazer a transição em velocidade por causa do campo encharcado. Infelizmente houve falta de comunicação no lance e tomamos o gol. Na realidade o Corinthians que empatou com o Santo André, não o contrário.”

Do outro lado, o pressionado técnico Tiago Nunes respirou um pouco mais aliviado, já que o revés poderia deixar sua situação insustentável. Apesar de acumular quatro jogos sem vitórias no Campeonato Paulista, ele disse que gostou da produção ofensiva.

“Estamos sofrendo com adversários que têm poucas chances e fazem o gol, enquanto nós criamos várias oportunidades para conseguir fazer um gol. Hoje (ontem), apesar do estado do gramado, conseguimos criar bastante e podíamos ter tido resultado melhor”, opinou o técnico.

Polícia investiga pedradas em van

A confusão gerada por torcedores do Santo André preliminarmente à partida contra o Red Bull Bragantino, domingo, no Bruno Daniel, segue causando problemas ao clube. Uma van que trazia apoiadores da equipe do Interior foi apedrejada antes de a bola rolar, nas proximidades do estádio. Uma passageira, Assunção Santos, foi atingida e precisou ser atendida pelas ambulâncias no gramado com fratura no lado esquerdo do rosto.

O caso é investigado pela Drade (Delegacia de Repressão aos Delitos do Esporte), que pretende ouvir hoje o presidente da torcida Fúria Andreense, Diego Moraes. Segundo os torcedores do Bragantino, entre as pessoas que atacaram a van, algumas vestiam uniformes da organizada. Outros envolvidos também devem ser ouvidos.

Ontem, a Federação Paulista emitiu nota. “Manifestamos total repúdio e indignação com as cenas de violência protagonizadas por membros da torcida organizada Fúria Andreense, do Santo André, antes da partida contra o Red Bull Bragantino. Vândalos atiraram pedras em van de torcedores visitantes, ferindo gravemente o rosto de uma passageira.” O clube também lamentou. “Manifestamos repúdio em relação aos incidentes. O clube não compartilha com atos de violência contra quaisquer pessoas.

A Fúria Andreense também emitiu nota na qual diz que na confusão já estava no Bruno Daniel. “Seguindo orientação da Polícia Militar, às 15h30 todos os nossos integrantes estavam dentro do estádio. Não temos participação no episódio.” 




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