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Alunos estão sem aula de Matemática desde início do ano

Incompatibilidade de horário de docente ocasionou problema na EE João Ramalho, em S.Bernardo; Estado garante conteúdo na segunda

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
17/03/2018 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


 Aproximadamente 145 estudantes do 8º ano do Ensino Fundamental da EE João Ramalho, no Centro de São Bernardo, estão sem aula de Matemática desde o início do ano letivo, em 1º de fevereiro. “O professor também trabalha na Prefeitura e os horários não batem. Como ele pegou a atribuição das aulas, não pode passar para outro. Teria de abrir mão das aulas. E, enquanto isso, não tem ninguém para substituir”, revolta-se a professora Leila Michele Oliveira, 39 anos, mãe de estudante de 12 anos.

“Isso é um prejuízo para o futuro dos nossos filhos. O governo tem de oferecer ensino adequado. Como eles vão concorrer às vagas de vestibular futuramente?”, indaga a dona de casa Sandra Profiro, 43, que tem um filho de 13 anos na unidade de ensino.

A falta de professores também atinge outras disciplinas, já que os pais dos alunos reclamam da constância de aulas vagas. “Nesta semana, teve dia em que, das seis aulas, cinco ficaram vagas. Meu filho nunca chega falando que teve todas as aulas”, diz Michele.

“Eles vêm para a escola para estudar e não tem professor, aí, acabam ficando no pátio”, lamenta Sandra.

De acordo com a supervisora educacional e dirigente substituta da diretoria de ensino de São Bernardo, Rita de Cassia Carvalheiro Micheletti, a partir de segunda-feira as aulas de Matemática serão aplicadas. “A situação já está sendo resolvida, de acordo com a legislação. Na segunda-feira os alunos já estarão com professor de Matemática habilitado para lecionar”, garante. A normalização ocorre após expirar o prazo de 30 dias para que o docente anterior ajustasse a situação. A escola já elaborou plano de reposição das aulas.

Sobre a reclamação de constantes aulas vagas, ela ressalta que, na ausência do professor, por algum imprevisto, “existe trabalho pedagógico direcionado a esses alunos”.

PROBLEMA
A frequência de aulas vagas é observada em escolas de toda a região. “Minhas sobrinhas estudam na EE Miguel Reale, em Diadema, e ficam com uma a duas aulas vagas todos os dias”, conta a atendente Fabiane Marques da Silva, 34.

A presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), Maria Izabel Noronha, diz que o problema ocorre no Estado desde 2015. “Não tem professores para ministrar determinadas disciplinas, alguns não pegam aula no início do processo de atribuição e ficam sem aula. Falta contratar mais professores na condição de temporários. É uma questão conjunta”, lista ela, acrescentando que, no dia 22, se reunirá com o secretário estadual de Educação, José Renato Nalini, para cobrar ações.

Sobre a escola EE Miguel Reale, a diretoria de ensino de Diadema informa que duas professoras se ausentaram e foram convocados professores eventuais para substituição em faltas pontuais. “Todo o conteúdo, que porventura não tenha sido ministrado, será reposto”, conclui, em nota.




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