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Elza Soares reaparece moderna em ‘Vivo Feliz’
Gislaine Gutierre
Do Diário do Grande ABC
10/12/2003 | 20:26
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Elza Soares nunca mais foi a mesma depois do ótimo Do Cóccix Até o Pescoço, lançado no ano passado. E a mudança, que a alçou ao posto de um dos ídolos da juventude cult, consolida-se agora com o disco Vivo Feliz (Recohead/Tratore, R$ 25 em média), no qual a cantora celebra a diversidade e a modernidade.

Ela é moderna porque se afina com os jovens antenados nas novas tendências e linguagens. Nesse sentido, contribui com essa geração trazendo sua experiência e reciclando músicas de autores com os quais, certamente, boa parte de seu público terá contato pela primeira vez.

E Elza se mostra diversa porque permite a multiplicidade de estilos. Da mesma forma que se doa ao samba, comanda a festa em drum’n’ bass e empresta sua voz rouca ao funk.

Há muito de música eletrônica no álbum, embora não se possa dizer que é um trabalho todo voltado a essa linguagem. Isso ocorre principalmente por conta da produção de Alexandre Joly, mentor do projeto Mugomamgo de música eletrônica. No disco todo, a maior investida eletrônica é o drum’n’ bass Two Tac.

Mas o interessante está na forma como Elza reconstrói algumas músicas. Opinião, do sambista Zé Keti, por exemplo, ganhou uma versão funkeada e contagiante. Outro samba, o clássico Volta por Cima, de Paulo Vanzolini, recebeu roupagem moderna, com direito à participação do rapper francês Pyroman. Uma interpretação deliciosa de Elza.

Merece destaque, ainda, Somos Todos Iguais, assinada pela própria cantora. A letra é simples e bonita: “Nos campos de batalha/ Morre o homem, morre a flor/ Misturam todos os sangues/ Mas o pranto não tem cor”, diz um trecho. O ritmo é a salsa, uma homenagem à cantora cubana Célia Cruz, morta em julho deste ano.

Ainda de Elza, em parceria com Lugão, tem a ótima Rio de Janeiro. Destaque para os solos de saxofone de Salazar (da dupla Veiga & Salazar). A cantora arriscou uma versão para Computadores Fazem Arte (de Fred 04 e famosa na voz de Chico Science) e fez um duo com Nando Reis na canção Concórdia, do ex-Titã. O projeto gráfico assinado pelo estúdio Bijari é excelente e tem tudo a ver com a alma do disco.




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