Uma testemunha da chacina que deixou 29 mortos na Baixada Fluminense, no último dia 31, reconheceu, durante audiência realizada nesta segunda-feira no Fórum Central do Rio, sete dos oito PMs (Policiais Militares) presos temporariamente sob a acusação de envolvimento no massacre.

A testemunha, que chegou encapuzada e sob proteção policial, foi ouvida pela juíza titular da 4ª Vara Criminal da Comarca de Nova Iguaçu, que decretou sigilo nos inquéritos das polícias Federal e Civil. Ela disse que nunca viu um dos indiciados, por isso não pôde reconhecê-lo.

O depoimento da testemunha foi acatado pelo Ministério Público, a pedido da Polícia Federal. Segundo a juíza, a depoente já havia feito alusão a nomes e apelidos de PMs, na sede da Polícia Federal. Para a juíza, a testemunha declarou que, na noite do crime, percebeu a movimentação dos policiais na área e ouviu disparos, mas afirmou que não viu ninguém ser morto. Ela fez menção a três automóveis que teriam sido utilizados pelos indiciados.

Os oito PMs indiciados tiveram a prisão temporária decretada na semana passada. São eles: Carlos Jorge Carvalho, Júlio César Amaral de Paula e Marcos Siqueira Costa, conhecido como Siqueira, do 20º Batalhão (Mesquita); Fabiano Gonçalves Lopes, Ivonei de Souza, José Augusto Moreira Felipe e Maurício Jorge da Matta Montezano, do 24º Batalhão (Queimados); e Gilmar da Silva Simão, do 3° BPM (Méier).