Política Titulo Por tranquilidade
Prefeitos eleitos precisarão ampliar bancada por tranquilidade na Câmara

Novos chefes têm maioria, mas necessitam
dialogar para construir dois terços dos votos

Por Raphael Rocha
Leandro Baldini
do Diário do Grande ABC
Vitória Rocha
Especial para o Diário
21/11/2016 | 07:07
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Divulgação


Prefeitos eleitos em outubro terão de trabalhar nos bastidores para conquistar a maioria absoluta dos votos nas Câmaras, equivalente a dois terços do contingente de vereadores, mas a tarefa está longe de ser árdua, se considerar o histórico da região na relação entre chefes de Executivo e parlamentares.

Levantamento feito pelo Diário mostra que somente o prefeito reeleito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (PSDB), elegeu bancada suficiente para não trazer dor de cabeça durante o mandato.

Dos 13 eleitos, dez estavam na coalizão que defendia a recondução do tucano ao comando da cidade. Somente os petistas Benedito Araújo e Marcelo Cabeleireiro e o peemedebista Maciel da Padaria triunfaram nas urnas em grupo que apoiou a oposição. Maciel, entretanto, já está em conversações com Maranhão para aderir à bancada governista. “Estamos dialogando e acredito que chegaremos ao entendimento do que for melhor para a cidade”, admitiu o prefeito tucano.

Apesar de os chefes de Executivo precisarem construir a ampliação da base de apoio nas Casas, histórico no Grande ABC mostra que, pelo menos nos três primeiros anos, parlamentares pouco costumam se opor às administrações – só na reta final do governo começam a aparecer oposicionistas com objetivo de posicionamento eleitoral.

Em duas cidades o bloco oposicionista deve ser nulo. Embora o prefeito eleito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSDB), tenha emplacado bloco com oito vereadores, os 11 que estavam em coligações diferentes dificilmente empunharão bandeira de críticas à futura gestão. O PMDB do atual prefeito, Paulo Pinheiro, inclusive, sinaliza aderir à bancada situacionista – a legenda tem os vereadores Pio Mielo, Suely Nogueira e Sidão da Padaria, que não figuraram na oposição durante suas trajetórias políticas. Para ter a maioria absoluta, Auricchio (prefeito por dois mandatos, entre 2005 e 2012) precisa de ao menos 13 votos, ou seja, terá de conquistar cinco adesões.

Outro município onde a oposição dificilmente se consolidará é Ribeirão Pires. Adler Kiko Teixeira (PSB) parte para sua primeira gestão na cidade com bancada feita de oito vereadores. Os outros nove eleitos em chapas distintas já manifestaram nos bastidores desejo de compor com o futuro governo. Entre eles os peemedebistas José Nelson de Barros e Paulo Cesar, vitoriosos na chapa do atual prefeito, Saulo Benevides (PMDB), e os populares-socialistas Flávio Gomes, José Nelson da Paixão e Edson Savietto, o Banha, da coalizão que defendeu o nome de Edinaldo de Menezes, o Dedé, nas urnas.

Lauro Michels (PV) foi reeleito prefeito em Diadema e, desta vez, com arco de aliados maior. Em 2012, tinha apenas seis vereadores ao iniciar o governo. Agora são 14. Mas há uma peculiaridade: existe um bloco, formado por PPS e DEM, que se mostra com perfil de independência na Câmara. Tanto que os cinco parlamentares dessa ala ensaiam união com o bloco de oposição para eleger o presidente da Câmara – Rivelino Teixeira de Almeida, o Pretinho (DEM), se tornou favorito ao comando do Legisaltivo contando com votos de nomes do PRB e PT, que se opuseram a Lauro na eleição majoritária. Entretanto, dentro do governo há quem aposte que Ricardo Yoshio (PRB), pastor João Gomes (PRB) e Cícero Antônio da Silva, o Cicinho (PRB), dificilmente continuem como oposicionistas após o pleito para a presidência da Casa – todos estiveram no arco de Vaguinho do Conselho (PRB) em outubro.

Em Santo André, a votação histórica de Paulo Serra (PSDB) deve fazer com que a bancada de oposição se resuma aos vereadores do PT. Contando os apoios recebidos pelo tucano no segundo turno, a bancada de sustentação começa com 11 integrantes, sendo que cinco estão próximos de compor com a futura gestão, principalmente Toninho de Jesus (PMN) e Tonho Lagoa (PMB), que publicamente declararam possibilidade de apoio ao prefeito eleito.

Orlando Morando (PSDB), de São Bernardo, já pavimenta o aumento da bancada. Com 15 governistas – incluindo as adesões vindas no segundo turno do pleito, como Gordo da Adega (PCdoB), Eliezer Mendes (PTN) e Ramon Ramos (PDT), a ideia do tucanato local é isolar o PT e Julinho Fuzari (PPS). Atila Jacomussi (PSB), de Mauá, deve trabalhar apenas com Marcelo Oliveira (PT) e Chiquinho do Zaíra (PTdoB) na oposição.

Aliado de Alex, PRB encaminha apoio a Morando

Um dos principais aliados da candidatura a prefeito de São Bernardo do deputado federal Alex Manente (PPS), o PRB encaminhou entrada no bloco de sustentação no governo do prefeito eleito Orlando Morando (PSDB), engrossando a ala de apoio, hoje com 15 nomes.

A confirmação de mudança dos republicanos foi passada pelo vereador reeleito João Batista, expoente da sigla, com interlocução com as cúpulas estadual e nacional. O outro integrante do PRB na cidade é Rafael Demarchi, também considerado importante quadro do PRB para futuras candidaturas em 2018 e 2020.

“Em política nada é definitivo e nenhum parceiro é eterno. Conversamos sobre apoiar este novo governo e diria que está bem encaminhado, cerca de 90%. Minha preocupação não são cargos e sim poder ajudar o município. Agora, o que entendermos que não for bom, vamos nos posicionar”, comentou João Batista.

O parlamentar proferiu o posicionamento sem citar o fato de o diretório municipal do PRB ser atualmente presidido pelo irmão de Alex, André Manente.

Na eleição de outubro, os republicanos formaram coligação proporcional com o PPS na disputa pela vereança. Havia muita expectativa que o bloco fosse o mais vitorioso na conquista de cadeiras, porém, apenas cinco nomes foram eleitos, ficando atrás da bancada do PSDB, que obteve sete cadeiras no Parlamento.

Sobre a possível chegada de mais um aliado, Morando comemorou. “Todos aqueles que estão mostrando disposição em se unir por um projeto melhor para a cidade longe, sem interesses, são muito bem-vindos”, pontuou. 




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