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Servidores estão sob suspeita em Diadema
Karen Camacho
Do Diário do Grande ABC
16/01/2001 | 00:27
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  O delegado titular do 2º Distrito Policial de Diadema, Luiz Carlos Ferreira da Silva, suspeita que os assaltos ocorridos na Secretaria de Obras, Habitação e Desenvolvimento Urbano de Diadema nos últimos quatro anos possam ter sido cometidos ou ter a cumplicidade de funcionários da Prefeitura. Durante a administração de Gilson Menezes (PSB), sumiram cinco máquinas pesadas como tratores e retroescavadeira e no último assalto, que aconteceu em novembro do ano passado, foram levados computadores e impressoras, entre outros equipamentos.

“Eu acho que não foi um assaltante comum. Se fosse nós teríamos pego porque teria um receptador. No caso das máquinas é ainda mais grave. Como pode sumir uma retroescavadeira? Não é uma coisa que se pega e põe no bolso. Para vender é pior ainda. Eu acredito que quem pegou levou para um sítio ou algo parecido”, afirmou o delegado.

Silva disse que está levantando os Boletins de Ocorrência registrados na ocasião dos sumiços das máquinas para instaurar um inquérito policial. O roubo dos computadores está em investigação e o inquérito já está aberto.

“O roubo dos computadores está sob investigação e ainda não ouvimos os responsáveis. No caso das máquinas, como o inquérito não foi aberto na época, vou instaurá-lo agora e determinar o indiciamento de todos os responsáveis”, disse Silva.

O delegado afirmou que a maior dificuldade é conseguir novidades nos depoimentos dos funcionários. “Fica um jogo de empurra. Ninguém quer falar. Mas são coisas que sumiram lá dentro e tem de ter um responsável.”

O ex-secretário de Obras, Paulo César de Carvalho, disse que desde que assumiu a pasta, em agosto de 1998, sofreu dois assaltos. O último, em novembro do ano passado, e um anterior, em que sumiu uma pá-carregadeira. Carvalho afirmou que na época do roubo da máquina foi registrado BO e uma comissão interna acionada para a verificação de responsabilidade.

“Foi aberto um processo interno para apurar se houve falha ou omissão por parte do funcionário que operava a máquina. Mas apurou-se que ele não teve responsabilidade”, disse o secretário.

Carvalho garantiu que não tem qualquer informação de conivência por parte dos funcionários. “Se soubesse já teria dito. Fui ouvido no processo interno da Prefeitura. O delegado tem o direito de suspeitar de quem ele quiser, mas eu não temo qualquer investigação.”

O secretário ressaltou, no entanto, que segurança não era responsabilidade de sua pasta. “À noite não tinha funcionário meu na secretaria, mas sim da Administração, que são os guardas.”

O ex-prefeito Gilson foi procurado pela reportagem do Diário para comentar a opinião do delegado, mas até o fechamento desta edição não foi localizado.

No último assalto, em novembro, seis homens armados entraram no prédio da secretaria, renderam um único guarda e levaram 24 computadores, 18 impressoras, nove máquinas de escrever, duas Kombis, dois aparelhos de fax, dois televisores, dois vídeos-cassete, dois carros, uma moto e uma geladeira.

Além disso, a Secretaria de Educação perdeu sete computadores e o gabinete um televisor e um vídeo no mesmo período.




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