O PSB de Diadema adotou estratégia de trazer o prefeito Mário Reali (PT) próximo da legenda socialista como forma de garantir a manutenção da chapa PT-PSB para disputar a eleição de 2012. Tanto que, na terça-feira, Reali compareceu a uma reunião da legenda com militantes da sigla e representantes do alto escalão partidário, como o secretário de Segurança Alimentar e presidente do PSB, Manoel José da Silva, o Adelson, e o atual vice-prefeito Gilson Menezes - dois postulantes ao cargo.

Segundo comenta-se nos bastidores socialistas, o objetivo é sensibilizar diretamente o chefe do Executivo e evitar ao máximo articular com partidos aliados. Reali já avisou publicamente sua intenção de ter chapa mista em 2012, mas que a concretização da coligação dependerá de nome de consenso tirado entre as legendas que formam sua base de sustentação.

Adelson garantiu que não tratou sobre a questão com Reali durante o encontro. "Ainda está muito cedo para falar desse assunto. O Mário veio para falar das ações do governo para a militância. Acho importante essa aproximação", declarou o dirigente. O socialista afirmou que ainda não se encontrou com representantes dos partidos aliados, mas não descartou futuras negociações. "Estou focado na minha reeleição à presidência do PSB de Diadema. Acredito que em setembro iniciaremos essas conversas com os aliados."

Internamente, a avaliação do PSB é semelhante à do PT: será muito complicado tirar nome de consenso entre as legendas governistas. As siglas mais cotadas são PCdoB, que recomendaria o atual presidente da Câmara, Laércio Soares, PMDB, com a vereadora Cida Ferreira, e o próprio PSB, dividido entre indicar Adelson e Gilson. Essa divisão abriria espaço para o PT impor chapa pura para disputar o pleito e forçariam os situacionistas a negociarem apenas lugares no primeiro escalão.

O secretário de Governo, Osvaldo Misso (PT), evitou apontar favoritismo. "Não podemos antecipar nenhuma discussão. Todos os partidos da base aliada têm chances iguais de apontarem um vice para nossa chapa", despistou o titular da Pasta, que também corre por fora para assumir o posto no pleito de 2012.

A decisão da composição da chapa, segundo estimativa de líderes petistas, deve sair apenas no ano que vem. 

PRESSÃO

Adelson já declarou publicamente que se o PSB não continuar dividindo a chapa petista, irá lançar candidato próprio no ano que vem. "Hoje o vice é o Gilson, que é do PSB. Não tem motivo para troca. E se houver essa mudança, o PSB terá candidato a prefeito", ameaçou o líder socialista.

Nesta semana, Gilson também pressionou o PT ao exigir mais espaço dentro da administração Mário Reali. "Se eu for mantido para a chapa, quero ter ações mais concretas no governo. Não vou querer ser apenas um jarro, como acontece agora."