O índice divulgado nesta sexta-feira ficou dentro do esperado pelo mercado, que apontava uma variação de 0,60%. Contudo, o grupo Alimentação continua desapontando os economistas, que acreditavam que seus preços recuariam a partir do início do mês passado. Em abril, o grupo Alimentação subiu 2,52%, ou 0,96 ponto percentual acima dos 1,56% de alta em março. Da variação de abril, o grupo dos alimentos contribuiu com 0,57 ponto percentual. Desde o início do ano, o IPC acumula alta de 1,62%. No ano passado, até abril, o IPC registrou variação de 0,66%.

Os alimentos in natura foram os que mais subiram, 16,42% desde o início do ano, com aumentos concentrados em cerca de dez produtos. No entanto, a previsão do coordenador do IPC, Heron do Carmo, é de que haja reversão desse quadro. “Como os preços já subiram muito, é pouco provável que continuem nessa tendência em maio e, até o fim do ano, os alimentos devem devolver parte dessa alta.” O economista afirmou ainda que não houve impacto da alta do câmbio na variação do custo de vida em abril.

Segundo ele, os itens que estão afetando o índice atualmente não são alvo de preocupação. “O principal risco da inflação está no reajuste das tarifas, ainda indefinido e de grande peso no cálculo dos indicadores.” A previsão do economista é de que neste mês o IPC fique em 0,2%, com a redução da pressão dos alimentos.

A Fipe estuda uma forma de incluir a multa sobre as contas de energia elétrica no cálculo do índice. A multa incidirá sobre as contas dos consumidores que não conseguirem reduzir o consumo de energia durante o racionamento, previsto para começar em junho.