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Situaçao política de Ehud Barak se complica em Israel
Por Do Diário do Grande ABC
21/06/2000 | 10:50
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A crise política que envolve o primeiro-ministro de Israel, Ehud Barak, complicou-se ainda mais nesta quarta-feira, quando o partido secular de esquerda Meretz ameaçou abandonar a maioria para protestar contra as concessoes ao partido ultraortodoxo Shas.

A crise continua enfraquecendo a posiçao de Barak no plano internacional, no momento em que as negociaçoes com os palestinos entram em uma fase crucial e que o secretário-geral das Naçoes Unidas, Kofi Annan, faz uma visita a Israel.

Os quatro ministros do Shas apresentaram esta terça-feira sua demissao, que só terá efeito 48 horas mais tarde, ou seja, até as 15h locais (9h de Brasília) desta quinta-feira, o que dá a Barak um prazo para negociar com o partido utraortodoxo as condiçoes para a sua permanência no governo.

``Informamos a Barak que nosso partido pretende abandonar a coalizao, é uma opçao real', afirmou, por sua parte, à rádio pública Zehava Gal On, chefe do grupo parlamentar do Meretz. Ela precisou que os dez deputados de sua formaçao se reuniriam esta quarta-feira no Parlamento, para decidir se seus três ministros apresentarao sua demissao esta tarde. Uma ameaça que torna ainda mais difícil um acordo com o Shas.

Barak havia declarado na noite desta terça que ``90% dos problemas apresentados pelo Shas foram resolvidos', reiterando assim sua vontade de manter na coalizao governamental o partido ultraortodoxo, que representa os judeus sefarditas.

Privado do apoio dos 17 deputados do Shas, Barak nao terá maioria na câmara, onde dispoe atualmente de 68 das 120 cadeiras. Dois pequenos partidos de direita que também fazem parte da coalizao haviam se somado ao Shas no último dia sete de junho para votar com a oposiçao conservadora na leitura preliminar de um projeto de lei pedindo eleiçoes antecipadas, o que desatou a crise atual.

Desde entao, o Shas nao parou de aumentar o preço da sua permanência na coalizao. Além de exigir que o Estado financie seu sistema de escolas religiosas, o partido também quer que suas emissoras de rádio piratas sejam legalizadas. O Shas pretende ainda influir na evoluçao do processo de paz com os palestinos.

Obrigado a ceder, Barak satisfez relativamente ao Shas nestes três aspectos, mas agora falta ao premier encontrar a fórmula mágica que permita a convivência entre o Shas e o Meretz, dois partidos que se odeiam.

Uma tarefa que tornou-se ainda mais difícil desde que o Shas pediu o fim do controle de Yossi Sarid, ministro da Educaçao e líder do Meretz, sobre seu sistema de escolas, que deveria ser confiado a uma atoridade independente, sob a supervisao do vice-ministro da Educaçao, Meshulam Nahari, membro do Shas.

O negociador palestino Saeb Erekat afirmou nesta quarta-feira que Barak ``utiliza a crise política para fugir dos seus compromissos'.




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