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Filho de Zagallo volta ao trabalho e planeja atuar no futebol paulista

Herdeiro do Velho Lobo planeja formar dupla com sobrinho de Parreira, auxiliar no Velo Clube

Anderson Fattori
03/04/2016 | 07:00
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Anderson Silva


Zagallo e Parreira, dois nomes que marcaram época na Seleção Brasileira, podem novamente trabalhar juntos e desta vez em São Paulo. Não, não se trata da dupla campeã mundial mas, sim, dos seus herdeiros. Depois de um ano e meio parado cuidando da saúde do Velho Lobo, Paulo Zagallo está no mercado e sonha em formar dupla com Carlinhos Parreira, sobrinho do técnico do tetra.
Após trabalhar em vários clubes e na Seleção Brasileira Sub-18, Paulo Zagallo, 58 anos, teve de interromper o sonho de ser treinador para cuidar da saúde do pai, que estava bastante debilitada, sobretudo após a morte da esposa, Alcina de Castro, no fim de 2012. “Dei uma parada de um ano e meio. Segurei um pouco para cuidar do meu pai e agora quero voltar em definitivo”, explica Paulo Zagallo. “Foram 60 anos que eles passaram juntos, foi um baque a morte da minha mãe”, acrescenta.
A ideia de formar dupla com Carlinhos Parreira é bem antiga, mas nunca deu certo por conta de trabalhos individuais. Atualmente, o sobrinho do treinador do tetra é auxiliar técnico do Velo Clube, que disputa a Série A-2, e está disposto a iniciar a parceria após o Estadual. “Sou amigo do sobrinho do (Carlinhos) Parreira há 40 anos, mas nunca trabalhamos juntos. Temos esse pensamento de formar uma comissão técnica”, explica Zagallo.
Questionado se sua forma de atuar se assemelha a de seu pai, ele desconversou. “Estilo depende do material humano que você tem. Não adianta nada querer marcar pressão se não tem jogador com essa característica”, ressalta o treinador. “Sempre observei muito o trabalho do meu pai, do Paulo Autuori e do próprio Parreira.”
Neste tempo em que ficou parado, Paulo diz que viu muito futebol e elogia o trabalho de Tite no Corinthians. “Ele tem o grupo na mão, pode armar a equipe como quer. Futebol hoje precisa ter jogador de pensamento rápido, porque a parte física evoluiu muito”, diz o treinador.
Paulo não vê o futebol brasileiro atrás do Velho Continente, mas chama atenção para a diferença dos jogadores. “O europeu é mais disciplinado taticamente. Tem cultura mais elevada que a nossa e entende melhor as determinações. Futebol no Brasil está passando por momento difícil, mas clubes grandes ainda vêm aqui buscar jogador para levar para fora.”
Nem mesmo entre os treinadores ele vê diferença. “Todo mundo fala de Mourinho, Guardiola. Falam que técnico brasileiro não chega aos pés dos europeus, mas discordo. Na Europa treinador chega e compra o jogador que quer, aqui não tem isso”, compara.
Se terá o mesmo sucesso do Velho Lobo, Paulo não sabe, mas uma diferença entre eles é notável: o filho não tem a mesma superstição do pai. Enquanto o mais velho tinha cisma pelo número 13, o mais novo tenta quebrar este estigma e prefere confiar mais no trabalho. “Não sou tão 13 como o meu pai”, brinca. 




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