O exército nacional angolano anunciou neste domingo a reabertura do aeroporto de Kuito (regiao central do país), 25 dias depois do fim dos bombardeios da cidade pelos rebeldes da Unita. O aeroporto de Kuivo estava fechado a todos os vôos, inclusive militares, por falta de segurança. A Uniao Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), que cercava a cidade, derrubou no início de dezembro um aviao que acabava de decolar do aeroporto.

O exército nacional lançou uma ofensiva durante todo o mês contra os rebeldes que ameaçam Kuito, com as principais unidades de artilharia posicionadas nas colinas vizinhas. Kuito, cercada pelos rebeldes no dia seguinte às eleiçoes de 28 e 29 de setembro de 1992, tem 150 mil habitantes, segundo uma rádio local, mas as autoridades estimam que a populaçao chega a mais de 250 mil habitantes. Mais de 12 mil pessoas morreram durante a guerra civil de 1992-1994, segundo fontes oficiais de Luanda.

Os bombardeios de Kuito, que começaram em 9 de dezembro, provocaram a morte de mais de 200 pessoas. Por outro lado, as Forças Armadas de Angola recuperaram a cidade de Tchikala Chilohanga (ex-Vila Nova), uma das bases de retarguarda mais importantes dos rebeldes da Unita, a cerca de 45 km de Huambo (regiao central do país) e a 600 km da capital.

A guerra se recomeçou após a paralisaçao do processo de paz firmado através do Tratado de Lusaka, em 20 de novembro de 1994. Segundo as Naçoes Unidas, a Unita é a principal culpada pela situaçao, porque nunca aceitou o desarmamento.