O presidente nacional do PPS, Roberto Freire, afirmou nesta sexta-feira que a saída do presidente nacional do PTB, José Carlos Matinez, da coordenação da campanha de Ciro Gomes (PPS) à Presidência da República foi “o mais correto que se poderia fazer”. A participação de Martinez na campanha começou a dar problemas para Ciro depois que denúncias sobre uma ‘sociedade’ entre o petebista e Paulo César Farias, tesoureiro da campanha do ex-presidente Fernando Collor, foram divulgadas.

Para Freire, a renúncia de Martinez “talvez evite qualquer comprometimento futuro” para a candidatura de Ciro. “Cabe a ele responder apenas como cidadão, e não como coordenador de campanha. Seria um desgaste se ficássemos, nós da Frente Trabalhista e o próprio candidato, discutindo problemas privados, independentemente de ter sido com PC Farias ou com qualquer outro.”

Em entrevista ao Bom Dia Brasil, da Rede Globo, ele ainda negou que o PPS, que pressionou pela saída de Martinez, tenha julgado o presidente do PTB e ressaltou que o relacionamento dele com Fernando Collor de Mello era conhecido por todos. “Isso (as denúncias) poderia ter surgido mais para frente. Foi bom ter surgido agora”, disse.

Questionado sobre as acusações contra o vice de Ciro, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, Freire voltou a afirmar que o assunto está encerrado. “Ele já prestou contas de que aquela denúncia é vazia”, afirmou.

Sobre o turbulência do mercado financeiro, atribuída por alguns às propostas econômicas de Ciro Gomes, Freire afirmou que a Frente Trabalhista não tem nada contra um novo acordo com o FMI. “Fazemos parte de uma oposição que nunca entrou em jogo de palavras, nunca pregamos ‘Fora FMI’. Vamos conversar se for preciso.”

Ele ainda chamou atenção para a importância dada à ‘opinião’ do mercado a respeito da sucessão presidencial. “Temos que ter cuidado com os humores do mercado. Nós estamos elegendo o presidente da República, não é o mercado.”