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Venda futura de commodities cresce 54%, segundo BB
Do Diário do Grande ABC
31/05/1999 | 16:43
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A venda futura de commodities através das Cédulas de Produto Rural (CPR) do Banco do Brasil cresceu 54% nos cinco primeiros meses do ano em relaçao ao mesmo período de 1998, atingindo R$ 68 milhoes, com um volume de 52,2 mil toneladas. Para o gerente de negócios com CPR e garantia de preços agropecuários do BB, Edilson Alcântara, o resultado é uma demonstraçao inequívoca de que a concepçao de venda futura está sendo incorporada no agronegócio brasileiro.

"Parece que passamos o período de convencimento dos produtores de que é melhor vender para plantar do que plantar e correr riscos na comercializaçao", disse.

O maior volume de negócios com CPR é de café, seguido da soja, algodao, arroz e boi. Apenas de café, o BB comercializou, de janeiro a maio, 948 CPR totalizando 16,7 mil toneladas, que equivalem a R$ 51 milhoes.

"Na semana passada foi vendida CPR de café para entrega em setembro por R$ 216 a saca, preço superior ao do produto disponível, que estava a R$ 208 a saca", disse Alcântara.

Nos cinco primeiros meses do ano, de acordo com dados fornecidos pelo BB, foram vendidas 39 CPR de soja (7,6 mil toneladas) correspondendo a R$ 1,7 milhao, 9 CPR de algodao (4,4 mil toneladas) por R$ 10 milhoes, 108 CPR de arroz (11,3 mil toneladas) por R$ 3,3 milhoes e 2 CPR de boi (300 toneladas) por R$ 500 mil.

Seguro - Para a próxima safra agrícola 1999/2000, o BB pretende lançar o seguro de CPR que vai garantir a proteçao ao produtor por perdas decorrentes de catástrofes climáticas. A medida deverá alavancar ainda mais este mecanismo de venda futura, na avaliaçao de Alcântara. Atualmente, o BB é quem dá o aval à CPR e, para isto, cobra 0,65% ao mês do produtor, taxa considerada alta por alguns.

Para o gerente de negócios com CPR, problema maior que a taxa é o produtor vender mal sua safra. "Os que vendem bem e têm lucro estao satisfeitos com o mecanismo", garante.

O índice de inadimplência da CPR no BB, de apenas 0,32%, comprova que poucos deixam de honrar o compromisso de entrega futura do produto.

Para o produtor de café no sul de Minas Gerais, Vinícius Ferrero, a CPR é um bom instrumento, principalmente quando o produtor nao está precisando do dinheiro de imediato e pode escolher um bom preço no futuro. "A CPR é uma das boas formas de comercializaçao da produçao", atesta o produtor que adotou o instrumento da CPR desde a sua criaçao, na safra 1995/96.

Com a CPR do BB, o produtor pode comercializar antecipadamente até 50% da safra e garantir, de imediato, a renda que só obteria após a comercializaçao da lavoura. "A CPR está consolidada nao apenas junto ao produtor mas também no governo, pois antes o instrumento era um discurso único do Banco do Brasil", disse o gerente de negócios com CPR do BB.




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