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Prefeitura de Diadema não tenta impedir greve
Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
26/04/2011 | 07:01
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Marina Brandão/DGABC


A Prefeitura de Diadema não terá nenhuma ofensiva oficial para impedir o inicio da greve geral do funcionalismo público até o dia em que ela está programada para começar: quinta-feira. Nos bastidores, no entanto, o secretário de Gestão de Pessoas, João Garavelo, e o chefe do gabinete do prefeito Mário Reali (PT), Osvaldo Misso, se reuniram com comissionados para tratar do assunto.

Durante as paralisações da Educação, no dia 14, a Prefeitura passou entre os funcionários uma lista para que cada um assinalasse se viria a aderir à greve ou não, de acordo com a direção do Sindema (Sindicato dos Servidores Públicos de Diadema). A entidade divulgou em seu boletim informativo de ontem orientação de que essa pratica é "assédio moral" e ninguém é obrigado a fornecer a informação. "Fizemos isso para nos proteger", disse a presidente do sindicato, Jandyra Uehara Alves.

Em resposta, a administração exalta a contraproposta aos 15 itens e que tem a cobrança por aumento de 11% como impeditivo. A proposta foi apresentada como prioridade pelo Sindema na quarta-feira. À ocasião, Reali ofereceu 10,4% de reajuste parcelados em cinco vezes: dezembro, fevereiro, abril, julho e setembro. A proposta foi considerada arrocho - quando o vencimento não acompanha o crescimento da inflação e perde poder de compra.

Seis outdoors com aviso da greve foram espalhados pelo Centro da cidade. Nos bairros, 60 faixas com a mensagem foram fixadas nas ruas. O Sindema pretende ampliar ainda mais a divulgação do ato. Há cerca de um mês a categoria vem caminhando em Diadema e informando populares sobre o impasse com a Prefeitura. A notificação de greve já foi encaminhada ao prefeito. O prazo de aviso de greve de 48 horas foi respeitado com larga folga, já que a decisão dos servidores foi tomada na quarta-feira e a paralisação terá inicio na quinta-feira.

Governo descontará dias de paralisação nos holerites 

O Sindema ainda não prevê qual será o tamanho da adesão à paralisação geral, mas garante respeitar os atendimentos de urgência, como em prontos-socorros, serviços funerários e de abastecimento. "Mostramos força no ato da Educação (dia 14 professores protestaram na Câmara e marcharam pela cidade). A adesão será grande", disse Jandyra.

A categoria tem sido conscientizada de que a greve no serviço público é legal, já que em 2007 o STF (Supremo Tribunal Federal) considerou que não há regulamentação para a prática no serviço público, e que, portanto, vale a lei para a iniciativa privada. Um controle de presença dos que aderirem à paralisação será feito pelo sindicato como garantia jurídica. Mesmo assim, o prefeito Mário Reali garantiu que irá descontar as faltas.

Em 2007, última greve, a categoria teve 11 dias descontados dos 17 parados. "Negociamos o desconto de um por mês e o que conseguimos de reajuste só cobriu esse prejuízo, mas isso foi antes da decisão do STF", lembrou Jandyra.




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