Política Titulo Diadema
Dourado é 1º tucano a chefiar setor público em Diadema

Eleito presidente do Legislativo, vereador leva PSDB ao comando de um departamento em cidade historicamente petista

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
03/01/2015 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


A vitória de José Dourado (PSDB) na eleição pela presidência da Câmara de Diadema para os próximos dois anos, além de fundamental para o prefeito Lauro Michels (PV) – que almejava ter o controle do Legislativo na mão de um aliado –, foi histórica para o tucanato local. O êxito transformou Zé Dourado no primeiro tucano a chefiar um órgão público na cidade por meio de processo eletivo.

O triunfo do dia 18, por 12 votos a nove contra Cida Ferreira (PMDB), concretiza infiltração do partido no município, historicamente um dos maiores redutos petistas. Foi em Diadema onde o PT venceu sua primeira eleição a prefeito. Em 1982, representado por Gilson Menezes (hoje no PSB), a sigla assumiu a Prefeitura de Diadema. Entre 1983 e 2012, todos os prefeitos a cidade foram do PT ou tiveram passagem pelo partido. Em 1988 foi José Augusto da Silva Ramos (expulso do partido em 1997 e atualmente no PSDB); José de Filippi Júnior exerceu três mandatos (1993 a 1996, 2001 a 2004 e 2005 a 2008); e Mário Reali administrou a cidade de 2009 a 2012.

“Fico contente por ter conseguido essa marca, mas não tinha ciência disso”, surpreendeu-se Zé Dourado. O parlamentar, no entanto, salientou que o partido vem crescendo significativamente no município. “Estamos com bons nomes e trabalhando muito sério para colaborar pelo desenvolvimento da cidade. As pessoas estão enxergando e confiando”, adicionou Dourado, herdeiro político de Zé Augusto.

O retrospecto do tucanato em Diadema, até agora, é pífio. A legenda, que foi fundada em 1988, só foi encabeçar disputa pela Prefeitura em 2004, justamente com Zé Augusto. Foi nesse pleito, inclusive, o melhor resultado obtido. Depois de fechar o primeiro turno na frente, com vantagem de aproximadamente 10 mil votos de diferença, Zé Augusto amargou derrota na segunda etapa, por diferença apertada de 554 votos a favor de Filippi, atualmente secretário de Saúde da Capital, administrada pelo prefeito Fernando Haddad (PT).

Nas eleições seguintes, a legenda não repetiu mais o desempenho, registrando derrotas ainda no primeiro turno. Em 2008, novamente com Zé Augusto, desta vez, para Reali, e em 2012, em chapa encabeçada pela ex-vereadora Maridite Cristóvão de Oliveira, que ficou apenas no terceiro lugar. Durante esses anos, o partido também se fragilizou, contabilizando perdas importantes como o próprio Lauro Michels e vereador Márcio da Farmácia, ambos para o PV.

Hoje, a legenda é vista com uma das maiores forças da atual gestão. Além do comando da Câmara, está à frente da Pasta da Saúde e na de Finanças, gerida por Francisco José Rocha, que é também sogro do chefe do Executivo.

Em âmbito político, o posicionamento do tucanato sinaliza por composição com o verde, inclusive podendo ocupar a vaga de vice, que já foi anunciada por Lauro como “aberta” para o próxima eleição. 




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