Política Titulo Mudança
Rock no Planalto Central sem viés político
Por Beto Silva
Enviado especial a Brasília
31/12/2010 | 07:12
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O Planalto Central é um celeiro de bandas de rock há pelo menos três décadas. Os principais grupos musicais, surgidos na década de 1980, usavam e abusavam de fortes críticas a políticos e à política, afinal estamos falando da Capital Federal. Mas a nova safra de roqueiros candangos tem aversão a explorar o tema tão presente no Distrito Federal.

Os motivos? O descrédito e a decepção com os atores do processo político brasileiro. "Se colocar esse assunto nas nossas letras fica muito pesado. Na política não há poesia. Esse tema foi importante na música de Brasília em outras épocas, mas agora não está mais em pauta", justifica o vocalista Zé, da banda The Pro, apontada por especialistas do Planalto como uma das grandes revelações que podem estourar no cenário nacional.

De Brasília saíram Aborto Elétrico, Capital Inicial e Legião Urbana, na década de 1980. Quem da geração Coca-Cola não se lembra - e já cantou em alto e bom som em festas e bailinhos de garagem há alguns anos - os versos envolventes que analisavam de maneira crítica a política brasileira? "Nas favelas, no Senado, sujeira pra todo lado; ninguém respeita a Constituição, mas todos acreditam no futuro da Nação" é um exemplo escancarado na música Que País é Esse, da Legião Urbana.

Alguns anos depois, nos anos 1990, Brasília presenciou o surgimento de outras bandas, como Plebe Rude, Raimundos, Mascavo e Natiruts, com letras escrachadas ou de apelo emocional, que elavam a autoestima e pregam a paz entre os povos.

Agora, a terceira geração tem um pouco da influência desses grupos, mas não usam a fórmula que as levou ao sucesso. "Falamos de coisas importantes também, como o fim do mundo, que dependendo da análise é mais sério do que política", avalia Zé, que toca junto com Bernardo (baixo), Pil (guitarra) e Guigo (bateria).




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