Setecidades Titulo Criminalidade
Região tem quatro sequestros
relâmpago em uma semana

Prática é uma das que mais exigem esforços da polícia do Grande ABC; S.Bernardo registrou maior número de casos

Rafael Ribeiro
do Diário do Grande ABC
24/03/2013 | 07:00
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Com ao menos quatro casos registrados em apenas uma semana, o sequestro relâmpago aparece como uma das modalidades criminosas que mais exigem esforços das polícias do Grande ABC.

Segundo dados levantados pelo Diário, São Bernardo teve ao menos três registros de extorsão mediante privação temporária da liberdade na última semana. Em todos os casos, há algumas semelhanças. As vítimas estavam nas cercanias da região central da cidade e foram abordadas pelos criminosos no momento em que se dirigiam a seus veículos.

"O crime de sequestro relâmpago é uma atividade complementar do ladrão", explicou Victor Vasconcellos Lutti, delegado titular do 1º DP (Centro) da cidade, onde as ocorrências foram registradas. "Ele (criminoso) não tem como objetivo o veículo, mas sim subtrair valores que a pessoa tenha em contas bancárias e cartões de crédito."

Foi assim na tarde de quarta-feira, quando a vítima foi um estudante da UFABC (Universidade Federal do ABC), no bairro Bangu, em Santo André.

"A sensação de ficar refém é horrível. Somente quando passamos por isso é que damos valor ao nosso direito de ir e vir", afirmou uma das vítimas. Abordado por três homens na porta de uma agência bancária na noite de domingo, quando deixou o local após sacar dinheiro, ele ainda tem dificuldade em dormir e escuta constantemente a voz dos criminosos ao se deitar. "Ficaram o tempo inteiro com um revólver apontado para a minha cabeça. É um jogo psicológico terrível. Você se sente pior que lixo."

Se as vítimas clamam por mais segurança, Lutti enfatiza que a prevenção desse tipo de ocorrência é diminuta. Nos três casos sob sua competência, o delegado instaurou inquérito. "Só existem duas maneiras de elucidar casos desse tipo: ou o serviço de inteligência vai levantando todos os detalhes para encontrar um caminho até os responsáveis, ou é feita a prisão em flagrante no momento do crime", disse.

A união das duas possibilidades resulta em diversos esclarecimentos, como aconteceu na sexta-feira. A Polícia Militar prendeu em flagrante três criminosos no momento em que mantinham uma vítima refém durante o roubo de seu carro, no Centro de São Bernardo. Levados à delegacia, foram reconhecidos por outras quatro pessoas.

Em um dos casos, a polícia soube de uma informação crucial que pode ajudá-la: os criminosos obrigaram a vítima a fazer a transferência do dinheiro para a conta de uma comparsa da quadrilha. Isso pode ser fundamental para se chegar à prisão dos envolvidos. "Mas o importante é que as pessoas sempre procurem as autoridades policiais imediatamente após o crime, para que se colha o maior número possível de informações e a atuação possa ser mais rápida", explicou Lutti.




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