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'Última Parada 174' estréia no Rio
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24/09/2008 | 07:05
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Bruno Barreto tem vivido dias de intensa agitação. Começaram na semana passada, quando seu longa Última Parada 174 foi escolhido pela comissão do MinC para representar o Brasil na briga por uma vaga no próximo Oscar de filme estrangeiro. "Vivemos numa cultura adolescente", avalia o diretor. "A simples indicação do filme para concorrer à vaga cria um fato, mas é só a competição. Se Última Parada não for confirmado lá fora, todo mundo esquece, é como se não tivesse nenhum valor."

Por isso mesmo, Bruno, escolado de guerra - há dez anos, já foi indicado para o prêmio por O Que É Isso, Companheiro? -, é cético. Seu verdadeiro teste, antes da estréia apontada para 24 de outubro, será a pré-estréia nacional, amanhã, quando Última Parada 174 abrir o Festival do Rio.

Pelo segundo ano consecutivo, o festival mais charmoso do País inaugura-se com um filme brasileiro, e violento. No ano passado, foi Tropa de Elite, de José Padilha, marcando uma posição do festival em defesa do mercado e da afirmação do direito de autor. Em setembro de 2007, a versão pirata de Tropa já virara um fenômeno em camelódromos de todo o Brasil. Agora, é a vez da versão ficcional do episódio que o próprio Padilha filmou como documentário, Ônibus 174.

Entre a indicação para concorrer a uma vaga no Oscar e a sessão de abertura do Festival do Rio, Última Parada já foi ao Festival de Toronto, onde sua violência deixou muita gente sem fala. E, antes da estréia nos cinemas, será visto na Mostra de São Paulo.

Haja emoção. Bruno Barreto reconhece que fez um filme forte - o mais forte de sua carreira. "Para mim, é muito importante que esteja estreando no Festival do Rio, cidade com a qual mantenho uma relação de amor e ódio, e aos pés do Cristo Redentor, onde ocorreu toda essa tragédia."

O seqüestro do ônibus 174 terminou com a morte do seqüestrador, Sandro, e de uma das reféns, no Parque Lage, bem aos pés do Cristo. Iniciando-se sob o signo de uma obra que promete provocar polêmica, o Festival do Rio 2008 começa na sexta para o público, devendo exibir, até dia 9 de outubro, 350 filmes de 60 países. A menina-dos-olhos da diretora artística do evento, Ilda Santiago, é, como sempre, a Première Brasil, principal vitrine das novas produções brasileiras no próprio País. Há também Panorama do Cinema Mundial, Mostra Expectativa, Midnight Movies, Mundo Gay, Première Latina, Mostra Geração etc. Durante 15 dias, a partir de quinta, o Rio vira capital do cinema.




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